Mapa 3D do cosmos mostra taxa de aceleração da expansão do universo diminuindo. Físicos teóricos esperavam isso.
A energia escura é um dos mistérios mais fascinantes da cosmologia moderna. Estudos recentes indicam que a energia escura está diretamente ligada à expansão acelerada do universo, desafiando as teorias convencionais.
Essa força misteriosa é um elemento crucial para entender a evolução cósmica. Os cientistas estão usando aceleradores de partículas para investigar a natureza da energia escura e desvendar seus segredos mais profundos.
A Descoberta da Energia Escura: Mistérios e Revelações
Corria a notícia de que haveria um grande anúncio da colaboração Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI, na sigla em inglês), um grupo de físicos que está investigando a energia escura – uma forma misteriosa de energia de repulsão que permeia o universo. A sala de reuniões ficou tão lotada de gente querendo assistir à transmissão ao vivo que algumas pessoas precisaram se sentar no chão. Depois todo mundo decidiu mudar o evento para um salão de palestras bem maior no andar de baixo.
A Revelação da Energia Escura: Força e Mistério
O anúncio do DESI correspondeu à expectativa. Os resultados do grupo indicaram que a energia escura, que a maioria dos físicos há muito considera imutável, na verdade pode estar enfraquecendo. Desde 1998, sabemos que a expansão do universo está se acelerando. Energia escura é o nome dado ao elemento acelerador.
No modelo teórico padrão do cosmos, a energia escura tem uma forma simples: está espalhada uniformemente pelo espaço, mantendo uma densidade constante o tempo todo. A energia escura desse tipo, conhecida como constante cosmológica, não se diluiria à medida que o universo se expande. Em vez disso, conforme o espaço cresce, a quantidade de energia escura cresce com ele. E, assim, essa energia acumulada expande o universo com um entusiasmo cada vez maior.
Mas a constância da energia escura é apenas uma hipótese, que o experimento do DESI se propôs a verificar. A colaboração informou que até então havia mapeado e analisado a localização de 6,4 milhões de galáxias para determinar a velocidade de expansão do universo em função do tempo. (Galáxias mais distantes revelam um universo mais jovem). Se a energia escura for uma constante cosmológica, então a aceleração deve se manter estável. O conjunto de dados do DESI não era grande o suficiente para testar essa hipótese por si só, embora a equipe possa vir a fazer isso depois de mapear um total de 40 milhões de galáxias durante os cinco anos previstos para a pesquisa.
Mas, quando os cientistas juntaram seus dados com outras observações astronômicas, os conjuntos combinados sugeriram uma energia escura em evolução. As descobertas não chegam ao nível de certeza estatística necessário para reivindicar uma descoberta. Por enquanto, o DESI está chamando tudo isso de uma ‘pista’ de que a energia escura talvez esteja enfraquecendo.
Mas, de acordo com Nathalie Palanque-Delabrouille, cosmóloga do Lawrence Berkeley National Laboratory e uma das líderes do DESI, ‘essa pista fica mais forte à medida que começamos a combinar diferentes conjuntos de dados. E todos esses conjuntos parecem estar apontando para a mesma direção’. Nathalie Palanque-Delabrouille, cosmologista do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, é uma das líderes da equipe do DESI.
Enquanto isso, os teóricos não estão de braços cruzados. A pista do DESI sobre a natureza da energia escura, que compreende 70% do conteúdo de massa e energia do universo, é grande demais para ser ignorada. Imediatamente após a apresentação de 4 de abril, os físicos que se reuniram em Harvard
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo