Qualquer previsão do futuro é um chute, o juiz determina electionally. Redes antigas lançam novas páginas para seguidores principais e concorrentes.
Os fatos surpreendentes são os seguintes: um magistrado eleitoral ordenou a interrupção das redes sociais do postulante à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, com aproximadamente 12 milhões de seguidores. Com alarde, o autointitulado ex-treinador usou os derradeiros momentos de suas redes antigas para inaugurar novas páginas pessoais na web.
Enquanto isso, os admiradores do candidato ficaram perplexos com a decisão judicial, mas logo migraram para as novas plataformas digitais, demonstrando seu apoio inabalável a Pablo Marçal. Os novos perfis rapidamente ganharam seguidores entusiasmados, ansiosos por continuar acompanhando de perto as propostas e ideias do postulante à prefeitura.
Seguidores de Pablo Marçal superam concorrente em número
Cerca de 24 horas depois, exclusivamente no Instagram, Pablo Marçal já ultrapassou o número de seguidores do seu principal concorrente, Guilherme Boulos, do PSOL, que levou anos para construir seu império digital de 2,3 milhões de seguidores. A ascensão meteórica de Marçal não pode mais ser ignorada. Mais do que dominar o funcionamento das redes, que muitos pagam para obter cortes favoráveis, Marçal possui algo que muitos relutam em admitir. Seu estilo, suas declarações disruptivas, a agressividade e a inconsequência são atrativos para uma parcela significativa da população que busca um líder político neste momento histórico – e em muitos outros.
A popularidade de Marçal e Boulos em debate público
Pablo Marçal e Guilherme Boulos participaram de um debate promovido pelo jornal O Estado de São Paulo, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). O confronto de ideias entre os dois candidatos revelou as divergências e semelhanças em suas propostas políticas, enquanto suas bases de seguidores observavam atentamente.
O fenômeno da direita populista no Brasil e no mundo
A ascensão da direita populista tornou-se uma realidade não apenas no Brasil, mas também em diversas partes do mundo. O termo ‘normal’ adquire diferentes significados, sendo aceitável socialmente e comum na maioria dos casos. A popularidade de políticos que representam essa corrente reflete a demanda de parte do eleitorado por figuras que defendam valores tradicionais e conservadores.
Reflexões sobre a mentalidade política brasileira
Olavo de Carvalho, um dos filósofos mais controversos do Brasil, já alertava nos anos 90 sobre o monopólio da esquerda no cenário político nacional. Valores como religião, trabalho, família e segurança são fundamentais para uma parcela significativa da população, apesar de serem frequentemente associados ao reacionarismo. Pesquisas de opinião revelam a preferência da maioria dos brasileiros por políticas conservadoras em temas como drogas, aborto, penalidades e educação.
O desafio dos candidatos em conquistar diferentes públicos
Diante do suposto desprezo da intelligentsia brasileira pelos valores da maioria, surgem figuras como Pablo Marçal e Guilherme Boulos, que representam correntes políticas divergentes. A polarização entre ordem e liberalismo cultural é evidente, com candidatos que buscam se destacar em meio a esse cenário de confronto de ideias e valores.
Fonte: @ Estadão
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