Autoridade monetária fará ciclo de ajuste devido ao dado medido IPCA-15. Inflação requer atenção mesmo com mercado de trabalho e prêmio de risco melhorando.
O presidente do Banco Central (BC), Campos Neto, reafirmou hoje, 30, que a instituição tomará todas as medidas necessárias para atingir a meta de inflação de 3% e destacou que qualquer ajuste na taxa de juros será feito de forma gradual. Essas declarações foram feitas durante sua participação no evento Expert, promovido pela XP.
Em suas palavras, Roberto Campos Neto ressaltou a importância de manter a estabilidade econômica e reafirmou o compromisso do Banco Central em agir de forma responsável para garantir a manutenção da meta de inflação. A postura cautelosa do presidente do BC reflete a preocupação em equilibrar os desafios econômicos atuais com a necessidade de promover um crescimento sustentável.
Campos Neto reitera compromisso com a autoridade monetária
Campos Neto reafirmou que, apesar do último dado medido pelo IPCA-15 ter apresentado melhorias qualitativas, a inflação ainda demanda atenção. A atividade econômica permanece robusta e não há indícios de que o mercado de trabalho esteja em um ponto de inflexão, conforme destacou. A autoridade monetária fará uma análise dependente de dados no momento, seguindo a linha de abordagem preferida por Campos Neto. Ele ressaltou que a assimetria do balanço de riscos não deve ser interpretada como um guidance abandonado pelo BC, que opta por uma abordagem baseada em informações atuais.
Roberto Campos Neto destaca prêmio de risco e ciclo de ajuste gradual
O presidente do Banco Central mencionou a existência de um prêmio de risco na parte curta da curva de juros, que não condiz com a mensagem transmitida na ata e nas comunicações oficiais. Ele enfatizou que, se houver um ciclo de ajustes nos juros, este será gradual. Campos Neto ressaltou que a credibilidade se constrói por meio de uma política monetária embasada em fundamentos técnicos e comunicada com transparência. Além disso, destacou a percepção do mercado sobre um possível início de desaceleração da economia global, citando sinais nos Estados Unidos e na China.
Campos Neto analisa impacto da desinflação global e expectativas do mercado
O presidente do BC mencionou a importância de ganhar tempo para compreender o processo de desinflação em curso. Ele observou que o mercado espera cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve em setembro, com possíveis reduções de 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Campos Neto ressaltou a preparação do mundo para a queda dos juros americanos e a necessidade de uma transição suave no cenário econômico. A poucos meses do fim de seu mandato, ele afirmou estar trabalhando em uma passagem tranquila, destacando a importância das instituições em relação às pessoas.
Fonte: @ Estadão
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