Governo SP anuncia pacote R$10 mi para produtores rurais impactados por incêndios florestais em áreas atingidas.
A onda de incêndios em plantações de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo está causando preocupação entre os produtores, pois pode gerar um prejuízo financeiro significativo. Os incêndios ocorreram entre sexta-feira e sábado, afetando áreas extensas e colocando em risco a produção local.
Além dos danos financeiros, os incêndios também representam uma ameaça ao meio ambiente, aumentando o risco de queimadas descontroladas. É fundamental que medidas de prevenção sejam adotadas para evitar novos incidentes e proteger a biodiversidade da região.
Impacto financeiro das queimadas nas áreas de cana
A estimativa é do CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), José Guilherme Nogueira, em entrevista ao Estadão/Broadcast. Segundo ele, 59 mil hectares de áreas plantadas com cana foram incendiadas nos dois últimos dias. O cálculo da Orplana leva em consideração a perda da produtividade das regiões com incêndios. A entidade estima que a produtividade deve cair de mais 100 quilos por hectare de cana nessas áreas para, aproximadamente, 40 quilos por hectare. Ele ressaltou que a quebra de produtividade já era significativa antes dos incêndios, com uma redução de 30% na temporada 2024/25, que agora pode chegar a 60% devido aos danos.
Impacto financeiro e produtivo das queimadas na safra de cana
O CEO da Orplana também destacou que o impacto das queimadas é ampliado pela deterioração da cana após o fogo. ‘A cana que pega fogo começa a deteriorar após quatro, cinco, sete dias’, explicou Nogueira. Esse processo compromete ainda mais a capacidade de colheita e a qualidade da cana moída, agravando os prejuízos financeiros dos produtores. Imagem de incêndio no interior de São Paulo FOTO CBM-SP
Novos focos de incêndio e regiões afetadas
Nogueira informou que foram registrados 305 novos focos de incêndio no sábado, com cerca de 3.600 focos na sexta-feira, uma quantidade ‘dez vezes maior’ do que no igual período do ano passado. A umidade relativa do ar extremamente baixa e as altas temperaturas contribuíram para a propagação dos incêndios. As principais ocorrências de incêndio entre quinta e sexta-feira se deram nas regiões de Olímpia e São José do Rio Preto. Já no sábado, destacou o CEO da Orplana, as novas ocorrências foram, principalmente, nas áreas de Sertãozinho e Cajuru.
Monitoramento e ação contra os incêndios
O monitoramento da Orplana aponta que há melhoria das condições nas regiões onde os incêndios ocorreram, em função das chuvas em cidades como Piracicaba, Monte Aprazível, Ribeirão Preto e Cajuru desde o último sábado. Além disso, a Orplana colabora com o governo estadual em um gabinete de crise, mobilizando caminhões-pipa e recursos para controlar os incêndios. Nogueira enfatizou a necessidade de um plano de ação estruturado para enfrentar as queimadas. ‘Precisamos de linhas de financiamento mais baratas para a compra de caminhões-pipa e um aumento no efetivo de bombeiros’, disse. Ele também destacou a necessidade de um plano de ação mais robusto, que, em sua visão, poderia se inspirar em modelos internacionais como os de Portugal e Califórnia, para enfrentar a crescente frequência e intensidade dos incêndios.
Causas e consequências dos incêndios
Para o CEO da Orplana, a crise atual é exacerbada por uma combinação de fatores climáticos e atividades humanas. ‘A onda de calor, causada pelas mudanças climáticas e pelo aumento da temperatura global, tem tornado as secas mais intensas e severas’, disse. Ele enfatizou que ‘esses eventos, que antes eram raros, agora são frequentes e críticos’, com a umidade relativa do ar extremamente baixa e temperaturas altíssimas. Os incêndios também têm sido amplificados por práticas humanas imprudentes. Atividades como jogar bitucas de cigarro na beira de estrada ou atear fogo.
Fonte: @ Estadão
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