Há 4 bilhões de anos, surgiram células simples. Cientistas recriam protocélulas em laboratórios, essenciais à vida, armazenando informações genéticas.
A chuva pode ter desempenhado um papel crucial na formação da vida, conforme revelado em uma pesquisa divulgada recentemente. Hoje em dia, a vida se manifesta por meio de células, que são estruturas contendo DNA, RNA, proteínas e outros componentes essenciais. No entanto, quando a vida surgiu, há aproximadamente 4 bilhões de anos, as células eram extremamente primitivas.
Essas unidades básicas-vida eram compostas por elementos simples, mas fundamentais para a evolução do mundo biológico. A evolução das células ao longo do tempo foi determinante para a diversidade e complexidade da vida que conhecemos hoje. Cada célula é uma pequena fábrica de processos bioquímicos essenciais para a sobrevivência dos organismos.
Células: Unidades Básicas da Vida
Alguns cientistas têm se dedicado a investigar a origem das protocélulas, aquelas precursoras das células modernas, buscando recriá-las em ambientes controlados, como laboratórios. A teoria de que as protocélulas eram compostas apenas por RNA, uma molécula de fita simples relacionada ao DNA, tem sido amplamente discutida entre os pesquisadores. Tanto o RNA quanto o DNA desempenham papéis essenciais na armazenagem de informações genéticas por meio de suas longas sequências de ‘letras’ moleculares. No entanto, o RNA possui a capacidade única de se dobrar em formas complexas, transformando-se em uma ferramenta versátil capaz de cortar ou unir outras moléculas, o que pode ter sido crucial para o surgimento das primeiras células.
Recriando Células em Laboratórios
Um dos desafios enfrentados na construção de protocélulas é a escolha do invólucro adequado para abrigá-las. Enquanto as células modernas são protegidas por membranas que controlam rigorosamente a entrada e saída de moléculas, as protocélulas primitivas não contavam com essa barreira. Isso poderia ter limitado sua capacidade de absorver nutrientes essenciais para o crescimento e eliminar resíduos. Alguns cientistas têm explorado a hipótese de protocélulas sem membranas, inspirados em experimentos químicos antigos nos quais substâncias se condensavam em gotículas flutuantes em líquidos.
Transformações Complexas das Células
Recentemente, pesquisadores têm se dedicado a criar gotículas contendo RNA em seu interior, observando que agitar essas gotículas resultava em sua divisão em duas partes. Esse processo pode ser um precursor simples da reprodução celular, mas as gotículas de RNA não conseguem manter sua individualidade, pois as moléculas de RNA se movem rapidamente entre elas, levando à fusão das gotículas ao longo do tempo, similar à fusão de bolhas de óleo em uma película sobre a água.
Descobertas Recentes na Engenharia Celular
Em 2018, Aman Agrawal, um engenheiro químico, fez uma descoberta promissora que poderia resolver o desafio da estabilidade das gotículas. Após três anos de estudo, Agrawal percebeu que a adição de produtos químicos sintéticos a gotículas poderia torná-las mais duráveis, abrindo caminho para a criação de fábricas em miniatura capazes de produzir compostos importantes, como a insulina. Inspirado por pesquisas anteriores que demonstraram a estabilidade de gotículas em canais microscópicos, Agrawal conseguiu reproduzir esses resultados e, eventualmente, encontrou uma solução inesperada ao observar a formação de gotículas estáveis em um frasco esquecido. Essa descoberta representa um avanço significativo na engenharia celular e na criação de estruturas celulares artificiais.
Fonte: @ Estadão
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