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Sumaré está novamente no centro de uma intensa disputa política. Após a derrota nas eleições municipais, a gestão de Luiz Dalben, em parceria com William Souza, apresentou um conjunto de medidas apelidadas de “pacote da maldade”, gerando grande repercussão e preocupação entre moradores e analistas políticos. Entre as propostas, destaca-se a drástica redução do percentual de remanejamento orçamentário do Executivo, de 20% para 5%. Essa medida, se aprovada, obrigará a nova gestão de Henrique do Paraíso a buscar constante autorização da Câmara Municipal para qualquer remanejamento acima desse limite.
O Contexto da Redução do Remanejamento
Durante os anos em que estiveram no poder, a família Dalben e William jamais apresentaram uma proposta semelhante para limitar sua própria capacidade de gestão orçamentária. Pelo contrário, usufruíram da flexibilidade proporcionada pelo remanejamento de 20% para implementar políticas e realizar ajustes necessários sem depender de aprovação legislativa a cada etapa. Essa súbita mudança de postura, portanto, suscita questionamentos: por que, após perderem o controle do Executivo, decidiram propor a medida que restringe as prerrogativas da nova gestão?
A decisão de reduzir o percentual de remanejamento parece ter um objetivo estratégico claro: dificultar a governabilidade de Henrique do Paraíso. O novo prefeito, que já enfrenta desafios para consolidar apoio na Câmara, poderá ser forçado a negociar constantemente com os vereadores para realizar qualquer alteração orçamentária significativa. Essa situação não apenas coloca em risco a eficiência administrativa, mas também amplia a dependência política da nova gestão em relação ao Legislativo.
A Composição da Câmara e os Desafios de Henrique
A composição da Câmara Municipal de Sumaré para o próximo mandato mostra um cenário desafiador para o novo prefeito. Entre os 21 vereadores eleitos, apenas cinco pertencem à coligação de Henrique do Paraíso: Rai do Paraíso (Republicanos), Valdir de Oliveira (Republicanos), Prof. Edinho (Republicanos), Welington da Farmácia (MDB) e Tavares (PL). Para alcançar a maioria simples, Henrique precisará do apoio de pelo menos 11 vereadores. Sem a margem de remanejamento orçamentário, cada negociação poderá se transformar em uma batalha política, trazendo riscos de paralisia administrativa.
Interesses Políticos em Jogo
É inevitável questionar as motivações por trás dessa estratégia. Durante seus anos de poder, a família Dalben e Willian Souza mantiveram forte influência política e administrativa em Sumaré. Por que não propuseram a redução do percentual de remanejamento enquanto estavam no controle? Por que só agora, ao deixar o comando da prefeitura, decidiram criar obstáculos para a nova administração? Essas perguntas merecem ser refletidas pelos cidadãos, que são os principais afetados pelas dificuldades na gestão pública.
Impacto para a População
Quem mais perde com a implementação desse “pacote da maldade” é a própria população de Sumaré. As medidas podem resultar em atrasos na execução de projetos, na implementação de políticas públicas e na realização de investimentos essenciais. Os moradores, que esperam por melhorias e ações concretas, podem acabar reféns de disputas políticas que nada têm a ver com suas necessidades e expectativas.
Hora de Priorizar o Interesse Público
O momento exige que os representantes eleitos, independentemente de colorações partidárias, priorizem os interesses do povo. É preciso deixar de lado estratégias que visem apenas à manutenção de poder e buscar alternativas que promovam o desenvolvimento e o bem-estar da comunidade. Sumaré precisa de diálogo e cooperação, não de obstáculos que impeçam seu progresso.
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