A reflexão sobre o bolsonarismo na política brasileira, especialmente nas eleições municipais de 2024, revela que as alianças políticas formadas pelo Partido Liberal (PL) e o apoio de Jair Bolsonaro a determinados candidatos mostram um cenário exótico. A política é, em grande parte, construída por acordos, e o apoio a determinados candidatos nem sempre reflete uma identidade plena de princípios entre o apoiador e o apoiado.
Um exemplo é o apoio de Bolsonaro a candidatos que anteriormente faziam parte de partidos de esquerda, agora migrando para o PL, como Jeová Andrade, ex-prefeito de Canaã dos Carajás, que tem uma trajetória em partidos não alinhados à direita, mas que agora conta com o apoio de Bolsonaro.
Além disso, a dinâmica em cidades como Belém expõe disputas internas entre facções bolsonaristas e do próprio partido, revelando divergências entre o bolsonarismo “puro” e as estratégias pragmáticas de Valdemar Costa Neto. Outro ponto relevante é o apoio de Bolsonaro a militares para as eleições municipais, como Capitão Nassar, que concorre à prefeitura de Belém. Essa estratégia do ex-presidente visa manter sua influência entre seus seguidores mais fiéis, mesmo que isso signifique apoiar candidatos em partidos diferentes.
Além disso, a famosa declaração de Bolsonaro de que Ricardo Nunes “não era seu candidato dos sonhos” ilustra como acordos internos no PL, especialmente com Valdemar Costa Neto, obrigaram Bolsonaro a fazer concessões, mesmo contra seus desejos pessoais.
Antes de decidir o voto, especialmente em candidatos da direita, como os do PL apoiados por Bolsonaro, é fundamental que o eleitor avalie cuidadosamente os valores, a vida pregressa e a ideologia do candidato.
Votar apenas pela legenda ou pelo apoio explícito do ex-presidente pode significar sustentar meros acordos políticos que não refletem os ideais e valores do nosso ex-presidente. Portanto, se o objetivo é eleger líderes com o verdadeiro “sangue verde e amarelo”, o voto consciente deve sempre prevalecer sobre alianças partidárias.
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