Aliados da direita, incluídos alguns novos nomes, ameaçam o protagonismo do ex-presidente nas eleições presidenciais, gerando disputa por eleitores Bolsonaristas entre candidatos políticos.
O ex-presidente Jair Bolsonaro continua a buscar espaço político, mas enfrenta cada vez mais resistência das suas bases eleitorais. Sua inelegibilidade para as eleições de 2026 acendeu a luz verde para lançamentos de outros nomes, como aliados e oposicionistas da sua vez, que visam comemorar seu declínio político.
Apesar da sua má reputação, os partidários de Bolsonaro ainda não perderam a esperança de que ele possa voltar ao poder. Um número significativo de bolsonaristas continua a torcer por ele, acreditando que ele é o único que pode defender seus interesses. De fato, Jair Bolsonaro ainda é um nome relevante no cenário político brasileiro, mesmo que sua influência tenha diminuído significativamente desde a sua saída do Palácio do Planalto.
Desafios ao Bolsonarismo nas Eleições Municipais
A influência de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, dentro do PL – partido do ex-presidente Jair Bolsonaro – foi reforçada pela disputa municipal, revelando que os eleitores bolsonaristas podem encontrar em outsiders como Pablo Marçal (PRTB) um discurso extremista, similar ao pregado pelo capitão reformado do Exército. Bolsonaro.
Mesmo com a derrota no Rio de Janeiro, berço do bolsonarismo, o PL de Bolsonaro avançou nas grandes cidades, com 10 prefeitos em 103 municípios com mais de 200 mil eleitores. Nas capitais, lidera a lista de vereadores, seguido por PSD, PP, MDB e União Brasil. No Nordeste, tradicional cinturão vermelho, o PL superou o PT nas principais cidades da região.
Em São Paulo, o apoio do chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas, foi considerado essencial para que Ricardo Nunes (MDB) fosse ao segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL) na capital do Estado. A campanha de Nunes acendeu o sinal de alerta após pesquisas indicarem uma tendência de crescimento de Marçal, impulsionada pela migração de eleitores bolsonaristas da candidatura do prefeito.
O nome do governador já é tratado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como o ‘número 1 da fila’ que o partido deve apoiar na disputa de 2026 para o Planalto. Em entrevista à GloboNews, o cacique do PL reforçou que o ex-presidente é ‘o melhor nome’ da legenda, mas que Tarcísio deve assumir o posto de favorito diante da inelegibilidade de Bolsonaro. ‘Eu acho que o Bolsonaro ainda vai ser candidato. Quando o Lula estava preso vocês achavam que ele ia ser candidato? Ninguém achava no Brasil. Mas eu acho que vai ter uma saída (pro Bolsonaro). Acho que vai ter uma saída para isso. A gente vai botar para votar a anistia. O candidato nosso é o Bolsonaro, seria o melhor para nós. Mas o número 1 da fila é o Tarcísio’, declarou o cacique na sexta-feira, 11.
Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas em coletiva após o resultado do primeiro turno em São Paulo.
O principal desafio ao bolsonarismo nas eleições municipais deste ano foi o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. O ex-coach aglutinou eleitores do ex-presidente insatisfeitos com a gestão Nunes e abriu brecha para um disputa de narrativa entre os apoiadores de Bolsonaro. A relação entre Marçal e o clã Bolsonaro foi marcada por tensões e elogios de ambas as partes durante a corrida eleitoral. Após a derrota do integrante do PRTB no primeiro turno das eleições municipais e o anúncio do ex-coach sobre uma possível candidatura aos cargos do Executivo em 2026, expoentes do bolsonarismo se aproximaram de Marçal, o que reforça a ideia de que o bolsonarismo pode encontrar um novo porta-voz em outsiders como ele.
Fonte: @ Estadão
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