Novo chefe do BC terá trabalho mais fácil se presidente controlar gastos, buscando equilíbrio orçamentário.
Garantir que a inflação atinja a meta de 3% será uma tarefa mais simples para o próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitar interferir na política monetária. Lula tem se comprometido a não fazer comentários sobre o assunto.
O líder político deve confiar na capacidade do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para lidar com a situação e não se intrometer em suas decisões. É essencial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respeite a autonomia do BC e deixe que o chefe de Estado faça seu trabalho com tranquilidade.
Presidente Galípolo e as Polêmicas no Governo
Afinal, Galípolo trabalhou em seu governo e foi indicado para o novo posto por sugestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente continua hostil ao atual dirigente do BC, Roberto Campos Neto, e se mantém contrário à autonomia da instituição. Empenhado em mandar, o chefe do governo tem procurado interferir na gestão da Petrobras e na condução de uma grande empresa privatizada, a Vale, além de classificar a privatização da Eletrobras como ‘crime de lesa-pátria’.
Galípolo: Novo Chefe do Banco Central
Galípolo foi indicado por Lula para presidir o Banco Central. O mandonismo do presidente combina com sua indisfarçável preferência pelo estatismo. Grandes empresas foram privatizadas nos últimos trinta anos, ganharam eficiência e tornaram-se mais competitivas. Outras estatais foram fechadas e deixaram de atrapalhar o governo e de consumir dinheiro público. Também se tornaram menos passíveis de utilização como instrumentos de poder político e, naturalmente, como suportes do empreguismo.
Desafios do Futuro Presidente do BC
Mudanças desse tipo tendem a reduzir a ineficiência econômica e, na melhor hipótese, podem favorecer a democracia. Eficiência e democracia, no entanto, raramente aparecem como valores interligados no discurso político e nas bandeiras governamentais. Isso é facilmente perceptível nas manifestações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele critica as políticas de austeridade do BC como contrárias ao crescimento, ao emprego e aos interesses dos trabalhadores.
Investimento e Crescimento Econômico
A disposição de investir só se manifesta com firmeza, no setor privado, quando o horizonte é razoavelmente claro e há alguma segurança a respeito das condições da economia. Apesar de algum aumento recente, o investimento em bens de produção e em construções permanece muito baixo. Tem sido inferior a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) na maior parte deste século. Foi insuficiente mesmo em períodos de juros bem menores que os atuais, mas o presidente parece desconhecer esse dado.
Desafios para o Futuro do País
O crescimento econômico poderá ultrapassar 2,5% neste ano e chegar à vizinhança de 3%. Além disso, o desemprego tem diminuído sensivelmente, mas nada garante, neste momento, a persistência dessas melhoras. No mercado financeiro, as projeções apontam dinamismo bem menor nos próximos anos. Esse pessimismo pode ser exagerado, mas é difícil apostar numa recuperação prolongada quando o futuro próximo parece tão obscuro. O presidente pode cobrar do BC uma redução de juros para baratear o crédito, facilitar o consumo, estimular a produção e possibilitar prosperidade sustentada.
Função do Banco Central e Metas de Inflação
Mas a principal função do BC é defender a moeda por meio da contenção dos preços. O emprego também deve ser, por definição legal, parte das preocupações da autoridade monetária, mas de forma complementar. Sua tarefa básica é mesmo cuidar dos preços, ou, pelos padrões atuais, conduzir a economia à meta de inflação, fixada em 3%. O futuro presidente da instituição, Gabriel Galípolo, parece
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo