Parcelado: juro cai de 182,5% para 178% ao ano; total do cartão, com rotativo, em 82,8%. Dados do Banco Central.
BRASÍLIA – A taxa média total de juros cobrada pelos bancos no rotativo do cartão de crédito aumentou 3,6 pontos percentuais de junho para julho, conforme divulgado pelo Banco Central. O índice subiu de 428,7% (dado revisado) para 432,3% ao ano. É importante ficar atento aos custos associados ao uso do cartão de crédito para evitar surpresas desagradáveis.
No que diz respeito ao parcelado, a taxa de juros passou de 182,5% (dado revisado) para 178% ao ano entre junho e julho. É fundamental comparar as tarifas e condições oferecidas pelos diferentes tipos de cartão de crédito, cartão de débito e outros meios de pagamento para tomar decisões financeiras mais conscientes e evitar gastos excessivos.
Impacto das Taxas de Juros no Cartão de Crédito
Considerando o juro total do cartão de crédito, que engloba as operações do rotativo e do parcelado, observamos que a taxa sofreu uma redução de 85,2% para 82,8% (dado revisado). O Congresso estabeleceu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam exceder 100% do valor principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um consenso, validado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como não houve acordo, o limite para os juros e encargos dessa modalidade entrou em vigor em 3 de janeiro de 2024.
Desafios na Regulação do Cartão de Crédito
As taxas divulgadas pelo BC sugerem que as instituições financeiras possam estar descumprindo a legislação, mas na realidade, trata-se apenas de um registro estatístico. Para calcular as taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro mensal cobrado pela instituição para o ano todo. No entanto, essa taxa nem sempre reflete a realidade, pois geralmente o consumidor fica com o cartão ‘pendurado’ por alguns dias ou semanas, período em que as taxas são mais elevadas.
Novo Indicador do Banco Central para Cartões de Crédito
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, esclareceu que a instituição não pretende interromper a série histórica, pois ela serve como referência para analisar a variação dos juros. Além disso, é um dos elementos utilizados para calcular a taxa cobrada pelo sistema financeiro como um todo. Em conformidade com a nova legislação, o BC está desenvolvendo um novo indicador, que estará plenamente operacional no segundo semestre, quando mais dados estiverem disponíveis na amostragem.
Endividamento das Famílias e Programa Desenrola Brasil
O endividamento das famílias brasileiras com o Sistema Financeiro Nacional permaneceu estável em 47,6% em junho, mantendo-se no mesmo nível de maio. O recorde histórico ocorreu em julho de 2022, atingindo 50,1%. Excluindo as dívidas imobiliárias, o endividamento se manteve em 29,8% de um mês para o outro. O programa Desenrola Brasil beneficiou 15,06 milhões de pessoas em maio, negociando R$ 53,07 bilhões em dívidas, equivalente a 0,5% do PIB.
Redução da Inadimplência e Comprometimento da Renda
De acordo com o Ministério da Fazenda, houve uma diminuição de 8,7% na inadimplência entre a população mais vulnerável do país, público-alvo do programa, beneficiando 5 milhões de pessoas com a renegociação de R$ 25,43 bilhões em débitos. Em junho, o comprometimento da renda das famílias com o SFN atingiu 26%, um aumento em relação a maio. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Desconsiderando os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda variou de 23,7% para 24% de maio para junho.
Fonte: @ Estadão
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