Dificuldades de gestão e influência política dificultam políticas bem-sucedidas no Brasil, segundo economista.
Ao longo da política brasileira, é comum a existência de casos em que ações mal-intencionadas são desvendadas, afetando a vida de muitos brasileiros. Diante disso, é essencial que haja uma política que promova a transparência e a responsabilidade dos atores envolvidos.
Entre as tantas ações de combate ao crime organizado, destaca-se a Operação Tai-Pan, que teve como objetivo desarticular um grupo formado por três fintechs que, supostamente, movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos em favor de diversas organizações criminosas. Neste contexto, a atuação da Polícia Federal é crucial para a proteção da política pública e para a manutenção da credibilidade do Estado. Além disso, a política nova que visa combater a corrupção e à lavagem de dinheiro é fundamental para a prevenção de crimes como os que foram desvendados pela Operação Tai-Pan.
Operação Tai PAN descobre sistema financeira montado por fintechs ligado ao crime organizado e envolvendo agentes públicos.
A investigação, que inclui policiais e agentes da Receita Federal, revela um esquema de lavagem de dinheiro com movimentações de R$ 120 bilhões, envolvendo empresas criadas para serviços financeiros. No centro do escândalo está o capitão Diogo Cangerana, suspeito de atuar na abertura de contas para o crime. Ele é investigado sob a suspeita de ser um dos articuladores do sistema financeiro do crime, um papel que cuidaria da abertura de contas nas fintechs. Cangerana trabalhou junto ao governador Tarcísio de Freitas até o dia 3 de setembro, quando foi transferido para o 13.º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da Cracolândia. Ele atuou na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes, onde desde junho de 2022 era chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional. O governo afirma que Tarcísio tem mais de uma equipe de seguranças, o que não é comum na política pública brasileira, que geralmente prioriza a transparência. A assessoria do governador disse, em nota, que o policial foi integrado à Casa Militar em abril de 2012 e que permaneceu no órgão até setembro.
Diogo Cangerana, um policial suspeito, é investigado pela operação Tai PAN.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do oficial, mas o Palácio dos Bandeirantes afirmou que a Corregedoria da Polícia Militar está acompanhando os desdobramentos da operação e está à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações. A Polícia Militar não se manifestou, mas foi informada pela PF da prisão do oficial. Doze agentes da PF bateram na porta do capitão às 6 horas. Ele é investigado sob a suspeita de ser um dos articuladores do ‘sistema financeiro do crime’. Ele cuidaria da abertura de contas nas fintechs, como uma espécie de articulador. Os investigadores põem sob suspeita transações mantidas entre pessoas e empresas que somam, entre crédito e débito, R$ 120 bilhões. O líder do grupo, sozinho, teria movimentado, em 2024, R$ 800 milhões – o nome dele não foi revelado.
Crime organizado e lavagem de dinheiro são os focos da investigação da Polícia Federal.
Uma das fintechs investigadas é a 2 Go Bank, que foi denunciada pelo empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) em seu depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, em 31 de outubro. Gritzbach foi executado a tiros de fuzil no dia 8 de novembro de 2024 na área de desembarque do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. A polícia suspeita que o PCC esteja por trás do crime. O governador Tarcísio de Freitas durante evento da campanha de reeleição de Ricardo Nunes; o capitão Diogo Cangerana está atrás dos dois, no centro; à dir, o vice-prefeito eleito, coronel Mello Araújo
Políticos e agentes públicos são investigados por suspeita de envolvimento com crime organizado.
O capitão Diogo Cangerana viajou para Portugal em junho acompanhando o governador, que foi apresentar ofertas de ações da Sabesp para investidores europeus durante o processo de privatização da empresa. Em julho, acompanhou o governador na viagem ao Balneário Camboriú (SC), no evento do Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) Brasil, onde Tarcísio se encontrou com o presidente argentino, Javier Milei. e com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em outubro, o chefe da Casa Civil, Arthur Lima, foi notificado a explicar o envolvimento do governador e seu grupo no escândalo.
Fonte: @ Estadão
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