Candidato do PSOL cobra prefeito por participação nos confrontos e nega ter ajustado sua atuação para parecer moderado, ocupando a cadeira vazia no campo político de extrema-direita.
BRASÍLIA – O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) não compareceu ao primeiro debate para o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, gerando um vazio na discussão. O evento, promovido pelo Grupo Globo, contou apenas com a participação do candidato Guilherme Boulos (PSOL) nesta quinta-feira, 10.
A ausência de Ricardo Nunes no debate gerou um confronto de opiniões entre os eleitores, que questionaram a falta de compromisso do atual prefeito com o processo eleitoral. A discussão sobre a importância da participação dos candidatos nos debates também foi um tema recorrente, com muitos argumentando que a presença de ambos os candidatos é fundamental para um debate justo e transparente. Guilherme Boulos, por sua vez, aproveitou a oportunidade para apresentar suas propostas e responder às perguntas dos jornalistas presentes.
Debate: Ausência de Nunes e Críticas de Boulos
A equipe de Nunes tem defendido uma redução do número de confrontos entre os dois candidatos na segunda etapa da disputa eleitoral. No entanto, o primeiro turno teve um número recorde de debates na capital paulista. Com a ausência de Nunes, o debate foi transformado numa sabatina a Boulos, que aproveitou para criticar a ausência do atual prefeito. ‘Lamento que o atual prefeito, candidato Ricardo Nunes, tenha fugido do debate. Isso é ruim para a democracia. Já tivemos muitos problemas com cadeira, mas até agora não havia tido uma cadeira vazia’, comentou.
Discussão sobre Aliança e Posição Política
Boulos foi cobrado sobre sua aliança com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que no primeiro turno apoiou a candidata do seu partido, Tabata Amaral. O candidato do PSOL era um crítico ferrenho da gestão de Alckmin no governo de São Paulo. ‘O que mudou não foram as personalidades das pessoas, nem a minha e nem a dele. O que mudou foi o Brasil. Nesse meio tempo surgiu um campo político de extrema-direita marcado pelo ódio, pela violência, e que fez com que setores que pensam diferente se unam para poder enfrentar esse campo’, justificou.
Confronto de Ideias e Críticas
Visto pelo adversário como um extremista da esquerda, Boulos negou que tenha adotado uma postura mais moderada apenas para disputar a Prefeitura paulistana. ‘Onde talvez algumas pessoas vejam estridência, radicalismo, eu vejo firmeza, e isso também é o que as pessoas vão escolher no segundo turno, se querem um prefeito fraco, um prefeito que atua como marionete, um pau mandado de outros interesses’, disse. Na sabatina, Boulos continuou dirigindo suas críticas a Nunes, tentando vincular o prefeito a uma facção criminosa que atua na Capital. ‘Queria perguntar ao Nunes por que colocou o cunhado do Marcola do PCC no governo’, indagou, dizendo que não usa caixa dois, que sua campanha é transparente.
Embates e Promessas
Nas críticas, o candidato do PSOL disse ainda que Nunes foi colocado na Prefeitura pelo ex-governador (e prefeito) João Doria, apontado como um dos responsáveis pelo encolhimento do PSDB. Disse também que seu partido votou contra o fundão, enquanto o PL (de Jair Bolsonaro, que apoia Nunes) votou a favor. E prometeu que, se eleito, vai chamar os vereadores da oposição para dialogar.
Fonte: @ Estadão
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