Pacheco apoia votação antes da próxima reunião do Copom; Lula não indicou sucessor de Campos Neto; presidência do Senado em semana de esforço.
BRASÍLIA – O governo federal está em negociações com a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para agendar a sabatina do novo presidente do Banco Central na primeira semana de setembro, antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para 17 e 18 do próximo mês. A estratégia visa aproveitar o período de esforço concentrado, quando os senadores estarão atuando presencialmente em Brasília.
Na sequência, a presidência nova do Banco Central será submetida à avaliação do Senado, em um processo que envolve a participação ativa dos parlamentares. A presidência do Banco Central é um cargo de grande importância para a economia do país, e a escolha do novo presidente requer análises minuciosas por parte dos legisladores.
Presidência Nova do Banco Central em Meio à Campanha Eleitoral
Durante esta fase intensa de campanha eleitoral, as atividades nas comissões e as votações menos controversas estão sendo realizadas, em grande parte, de forma remota. A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está empenhada em garantir que, uma vez que o nome seja oficializado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a sabatina possa ser conduzida pelos senadores. Pacheco foi consultado e indicou que está disposto a colaborar com o cronograma proposto pelo governo. O Palácio do Planalto também está envolvido em negociações com os senadores. A sabatina terá início na Comissão de Assuntos Econômicos, seguida pela votação em plenário.
Na semana passada, Haddad mencionou que Lula anunciaria o escolhido ‘nas próximas semanas’. Em uma entrevista à imprensa na quinta-feira, 22, o ministro expressou o desejo de que a sabatina ocorresse durante o ‘recesso branco’. ‘Conto com o apoio do Senado nesse assunto’, ressaltou Haddad. O favorito para assumir o cargo é Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central.
Caso sua nomeação seja confirmada, Lula terá que indicar outros três nomes para integrar o Copom, já que os mandatos dos diretores de Regulação, Otávio Damaso, e de Relacionamento, Carolina de Assis Barros, também expiram. Gabriel Galípolo, economista e diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), desponta como o principal candidato na bolsa de apostas para suceder Campos Neto.
De acordo com informações do Estadão, Lula está avaliando o nome do presidente do BC, mas ainda não recebeu as demais indicações para as diretorias. A expectativa é de que o escolhido para a presidência da instituição seja apresentado aos senadores antes dos demais nomes, considerando a proximidade do próximo Copom. A equipe econômica tem defendido internamente a divulgação do nome do novo presidente do BC o mais rápido possível, visando reduzir as incertezas que têm impactado a volatilidade nos mercados.
É crucial resolver questões pendentes, como a sucessão de Roberto Campos Neto, para abordar temas de longo prazo. O perfil desejado para os diretores do BC é o de indivíduos não alinhados ‘nem com um lado nem com o outro’, ou seja, nem muito próximos do mercado financeiro nem do governo. A intenção é contar com profissionais com experiência no setor privado ou no próprio BC, seguindo o exemplo de Paulo Pichetti, Aílton de Aquino e Rodrigo Teixeira.
A lista de possíveis diretores do BC elaborada por Haddad inclui também nomes femininos, com a preocupação de garantir que a vaga de Carolina de Assis Barros seja ocupada por outra mulher. A presidência do Banco Central está no centro das atenções, em meio à movimentada semana de esforço político e às tratativas com senadores durante o recesso legislativo. A escolha do novo líder do BC é aguardada com expectativa, enquanto o cenário político e econômico permanece em constante evolução.
Fonte: @ Estadão
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