O partido vê uma chance de construir um novo desenvolvimentista pós-Lula, lavação de roupa suja antecipadamente, para que Guimarães assuma como presidente interino até julho, quando sigla promove eleições diretas para renovar sua cúpula.
Em meio à sucessão do Partido dos Trabalhadores, órgãos de imprensa apontam que aliados de Lula pressionam candidatos para garantir a ascensão de figuras de confiança ao topo do partido.
A eleição que vai renovar a cúpula do PT em 2025 é um momento alto para a sucessão do partido no Brasil, o que pode afetar a política nacional. A disputa é focada na eleição de um novo presidente e secretários-gerais. Muitos aliados do presidente Lula estão disputando vagas. O presidente do PT é responsável por liderar as delegações do partido durante as eleições, como as eleições municipais e as eleições presidenciais. A análise politica indica que a sucessão do partido terá um grande impacto nas eleições.
Um novo capítulo para o PT
A sucessão do presidente do PT, Gleisi Hoffmann, está criando um clima de tensão no interior do partido, enquanto as eleições municipais de 2020 ainda ressoam. A disputa ameaça rachar a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada por Lula e majoritária na legenda, mostrando que a verdadeira luta pela cadeira de Gleisi vai muito além das aparências e clichês. Por trás de tudo, há um motivo mais pragmático: o próximo presidente do PT comandará a campanha da reeleição de Lula em 2026, ou o nome que ele escolher para a sua sucessão.
A ala ‘fiscalista’ do PT, representada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outra que se autointitula ‘desenvolvimentista’ e tem Gleisi como sua porta-voz, estão em um embate feroz. Alguns aliados de Gleisi querem antecipar a saída dela do cargo, prevista para julho de 2025. A mudança é considerada urgente, uma vez que o mundo do trabalho se modifica com a velocidade da luz, as redes sociais criam ‘fenômenos’ como Pablo Marçal e o partido ainda tem cabeça analógica.
As eleições municipais de 2020 foram um verdadeiro ‘lavação de roupa suja’ para o PT, que deixou de lançar candidatos próprios em várias capitais, como em São Paulo e optou por avalizar concorrentes de outras siglas. ‘O PT precisa, urgentemente, se abrir e investir em uma nova geração de líderes para evitar o risco de se tornar um mero espectador das mudanças no cenário futuro da política’, disse o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).
A disputa pela direção do PT vai muito além do ‘fiscalista’ e ‘desenvolvimentista’, é sobre como ‘refundar’ o partido. Uma ala acha que Gleisi deve passar o bastão em fevereiro de 2025, quando o partido completa 45 anos, e que o deputado José Guimarães (CE) seria um bom substituto interino. Outra estratégia é realizar o Processo de Eleições Diretas (PED) com voto dos filiados para escolher as novas cúpulas municipais, estaduais e nacionais.
O PT fará um seminário, seguido de uma reunião do Diretório Nacional, com o objetivo de discutir seus novos desafios. A reunião é considerada urgente, uma vez que o mundo do trabalho está mudando, as redes sociais criam ‘fenômenos’ como Pablo Marçal e o partido ainda tem cabeça analógica. Haverá, ainda, um balanço das eleições municipais e já se espera uma ‘lavação de roupa suja’ por causa do mau desempenho petista.
Fonte: @ Estadão
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