O Supremo Tribunal do Brasil expandiu seu poder para proteger a democracia, mas alguns questionam se a Corte se tornou uma ameaça, especialmente após inquérito sobre fake news e operadores de extrema direita.
O deputado federal Daniel Silveira estava indignado com a situação da democracia no Brasil. Ele acreditava que a Suprema Corte estava atuando de forma parcial, perseguindo os conservadores e silenciando-os nas mídias sociais, o que era um ataque direto à liberdade de expressão.
Ele se sentou em seu sofá e começou a gravar um vídeo para expressar sua insatisfação com a situação. No vídeo, ele defendeu a democracia e a justiça, afirmando que era necessário lutar contra a censura e garantir a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos. A democracia não pode ser silenciada, ele disse, enfatizando a importância de se manter firme em defesa dos direitos fundamentais. A luta pela justiça é um direito de todos.
Democracia em Risco: O Caso de Silveira e a Expansão do Poder do STF
Em uma diatribe de 19 minutos contra os juízes da Suprema Corte brasileira, um parlamentar de extrema direita desferiu críticas ferrenhas, expondo músculos salientes em sua camiseta justa. O vídeo, publicado no YouTube em fevereiro de 2021, continha ameaças explícitas contra os juízes, o que levou a uma ordem de prisão imediata por parte de um juiz da Suprema Corte. Um ano depois, 10 dos 11 juízes do tribunal condenaram o parlamentar e o sentenciaram a quase nove anos de prisão por ameaçá-los. No entanto, o presidente do Brasil na época, Jair Bolsonaro, perdoou o parlamentar, mas o Supremo Tribunal Federal rejeitou a medida, mantendo-o na prisão.
A Crise Institucional no Brasil e a Expansão do Poder do STF
Nos últimos cinco anos, a Suprema Corte do Brasil expandiu seu poder para realizar uma ampla campanha para proteger as instituições brasileiras de ataques, muitos deles on-line. Para a esquerda brasileira, essa ofensiva ajudou a resgatar a democracia do Brasil, enquanto para a direita, ela transformou o tribunal em uma ameaça à própria democracia. A campanha começou com uma ação altamente incomum: o Supremo Tribunal Federal concedeu a si mesmo a autoridade para abrir uma investigação criminal sobre ataques contra o tribunal, conhecida como inquérito sobre fake news.
Essa investigação, conduzida pelo juiz Alexandre de Moraes, teve como alvo operadores de extrema direita que pediram um golpe militar após a derrota de Bolsonaro em 2022, ajudando a proteger a transferência de poder. Além disso, o juiz Moraes assumiu novos poderes para ordenar batidas policiais contra pessoas que simplesmente criticaram o tribunal na internet, forçar organizações de notícias a retirar artigos e ordenar que procuradores parassem de investigar outro juiz e sua esposa. O tribunal também o nomeou como uma espécie de xerife da internet brasileira, com o poder de silenciar centenas de pessoas nas mídias sociais e bloquear o X de Elon Musk quando este não estava em conformidade com as regulamentações.
A Democracia em Jogo: A Relutância do STF em Abrir Mão de seus Poderes
Agora, dois anos após o tumulto da última eleição e cinco anos desde que o tribunal concedeu a si mesmo os novos poderes, ele tem se mostrado relutante em abrir mão deles. O ministro Dias Toffoli, 56 anos, que criou o inquérito sobre fake news e nomeou o ministro Moraes para dirigi-lo, afirmou que ‘se não fosse por essa investigação, a democracia no Brasil teria entrado em colapso’. Já o presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, 66 anos, disse que impor os padrões de outras nações ao Brasil era injusto. Enquanto a Constituição dos Estados Unidos protege até mesmo o discurso de ódio, a liberdade, a justiça e a igualdade no Brasil estão em jogo, e a democracia precisa ser protegida.
Fonte: @ Estadão
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