Após votação, texto segue Senado com repasse de R$ 400 mil.
O advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mude, foi preso na Operação Tacitus, após receber R$ 400 mil do alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC) para influenciar as eleições municipais em São Paulo, conforme decisão do Ministério Público do Estado. A defesa do advogado declarou estar surpresa com o fato e está tomando medidas judiciais para anular a prisão temporária.
A decisão do juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, autorizou a Operação Tacitus. Na decisão, o magistrado escreveu que não é novidade que o PCC tem se infiltrado na política nacional. Além do advogado, foram presos o delegado Fábio Baena Martin e os investigadores Eduardo Lopes Monteiro e Rogério de Almeida Felício, todos da Polícia Civil de São Paulo, por suspeita de envolvimento com o PCC.
Atividades financeiras suspeitas
O Ministério Público de São Paulo lançou uma investigação sobre a atuação do PCC, Primeiro-Comando-da-Capital, em operações financeiras suspeitas. A suspeita é de que o grupo criminoso utiliza empresas para lavar dinheiro do tráfico de drogas, como a UPBus, onde o advogado Mude é acionista. Ele é suspeito de lavar dinheiro do PCC e ter oferecido R$ 3 milhões em nome do PCC a policiais do Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico pela execução do empresário Vinicius Gritzbach, executado no dia 8 de novembro.
Repasse-de-R$-400-mil e suspeita-de-envolvimento
A Operação Decurio apontou a atuação do PCC para se infiltrar nas eleições municipais, lançando candidatos próprios em cidades como Mogi das Cruzes e Santo André. O advogado Mude usa as prerrogativas para tentar blindar a organização criminosa. Ele também é suspeito de lavar dinheiro do PCC. O nome do advogado já apareceu em diferentes relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Policía-Civil-de-São-Paulo e advogado-já-haviam
O Ministério Público de São Paulo decretou a prisão temporária do advogado Mude, que é um indivíduo de ‘alta periculosidade, enorme poder econômico’ e tem capacidade de tentar atrapalhar a investigação, ‘inclusive encomendando assassinato de desafetos ou testemunhas que tenham elementos que possam comprometê-lo’. A Operação Tacitus recebeu esse nome em razão de um informante responsável por uma série de e-mails enviados a policiais, promotores e jornalistas com informações sobre corrupção policial e o caso Gritzbach.
Acordo-de-reaparecimento e execução-do-empresário
A operação nasceu do inquérito aberto pela Delepat, delegacia da PF que ficou responsável por participar da força-tarefa montada para apurar tanto o assassinato de Gritzbach como os dados de sua delação. Foi justamente apurando a delação do empresário assassinado no dia 8 de novembro, no aeroporto de Guarulhos, que os federais e os promotores do Gaeco chegaram aos policiais que tiveram suas prisões decretadas – todos acusados por Gritzbach como autores de achaques milionários – e a Mude, ao empresário Robinson Granger de Moura, o Molly, e a Ademir Pereira de.
Fonte: @ Estadão
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