O Brasil pode se destacar no setor energético com planejamento contínuo, infraestrutura e segurança jurídica, evitando neocolonialismo.
Constantemente me questiono sobre o motivo pelo qual no Brasil, a cada mudança de governo, independente da ideologia, as estratégias para o setor de infraestrutura não se mantêm consistentes, e sempre carregam um toque de populismo. Por que será que os governantes não percebem que é o setor de infraestrutura que mais contribui para a geração de emprego e renda para a população?
Além disso, é crucial que os governos compreendam a importância de um plano real de investimento em energia para garantir o desenvolvimento sustentável do país. A implementação de políticas consistentes nesse sentido pode impulsionar a economia e melhorar a qualidade de vida da população de forma significativa.
Plano Real: Desafios e Oportunidades no Setor Energético Brasileiro
O custo Brasil, amplamente discutido, tem sua raiz na logística, um gargalo que impacta a competitividade do país. No entanto, olhando para o passado, lembramos da transição histórica que foi a implementação do Plano Real, que completa 30 anos em 2024.
O Plano Real, marco na estabilização econômica, serve de inspiração para a criação de um plano similar no setor de infraestrutura, com foco especial na energia. Um plano que promova uma governança moderna, garantindo segurança jurídica e estabilidade regulatória, enquanto estimula a concorrência e a lógica de mercado.
O Brasil, já reconhecido como um grande fornecedor de alimentos, tem potencial para se destacar também como um dos principais fornecedores de energia, não para alimentar o neocolonialismo energético, mas para impulsionar a industrialização nacional.
Contrariando previsões, o consumo de energia continua em ascensão, impulsionado pela Quarta Revolução Industrial e pela demanda por Inteligência Artificial, que requer Data Centers intensivos em energia. Nesse cenário, a energia pode se tornar um ponto crítico para o avanço tecnológico.
O Brasil tem a oportunidade de se posicionar como um player global, oferecendo energia limpa e segurança energética. No entanto, para alcançar esse objetivo, é essencial a implementação de um Plano Real de energia, pautado pelo planejamento consistente e pela orientação do mercado, evitando intervenções desnecessárias.
Infelizmente, as idas e vindas na política energética brasileira têm prejudicado a maximização do potencial energético do país. Oscilações entre políticas de mercado e intervenção estatal geram incertezas e afastam investimentos.
Recentemente, a Petrobras revogou acordos de concorrência, sinalizando um retrocesso na abertura do mercado de gás. No setor elétrico, subsídios desequilibrados impactam os consumidores finais, prejudicando a busca por um mercado mais competitivo.
Para construir efetivamente o Plano Real de Energia, atrair investimentos e se destacar na Quarta Revolução Industrial, o Brasil precisa adotar uma abordagem consistente, livre de intervenções excessivas e focada na expansão da infraestrutura e na diversificação da matriz energética.
Fonte: @ Estadão
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