Gustavo Guedes, ex-advogado, afirma que o candidato não dava importância a questões jurídicas, como falta de provas e uso de drogas, e problemas de comunicação eram constantes no processo de notícia-crime na Justiça, sem declaração de bens.
A campanha de Pablo Marçal (PRTB) sofreu um revés significativo após a dupla de advogados eleitorais deixar de assessorar juridicamente o ex-coach menos de um mês após a contratação. A decisão foi tomada após Marçal não apresentar provas que corroborassem a acusação sobre suposto uso de drogas de Guilherme Boulos (PSOL). A falta de provas foi um golpe duro para a campanha de Marçal.
Segundo o advogado Gustavo Guedes, o caso foi apenas um de uma sequência de fatos que demonstraram a ‘falta de importância’ que o candidato dá a questões jurídicas. A disputa eleitoral exige seriedade e responsabilidade. A equipe jurídica teria procurado o empresário cobrando provas que fundamentassem a acusação para preparar sua defesa após a acusação de Marçal contra Boulos, quando chamou o adversário político de ‘comedor de açúcar’ no primeiro debate eleitoral, promovido pela Band no dia 8 de agosto. Boulos entrou com uma notícia-crime na Justiça Eleitoral, que determinou no dia seguinte ao debate que Marçal excluísse de suas redes sociais o conteúdo em que fazia as insinuações. A candidatura de Marçal sofreu um revés significativo com essa decisão.
Campanha em Crise: Advogado Deixa a Equipe de Marçal
O advogado que representava a campanha de Marçal, candidato à eleição, revelou que deixou a equipe devido à falta de informações sobre um processo que envolvia o deputado federal Boulos. Segundo o advogado, a campanha não forneceu provas suficientes para defender Boulos, o que levou à sua saída da campanha.
A reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 28 de agosto revelou que a ação era, na verdade, endereçada ao empresário Guilherme Bardauil Boulos por ter sido pego portando maconha, não cocaína, em 2001. A campanha de Marçal nunca confirmou se esse era o processo que servia como base da acusação.
Uso de Documento Falso em Campanha
Na noite desta sexta-feira, 4, às vésperas do primeiro turno, o ex-coach publicou em suas redes sociais laudo falso que apontaria suposto uso de cocaína pelo deputado federal. Sobre o caso, o advogado analisa que, se ficar comprovada a falsidade do documento, a Justiça eleitoral de São Paulo precisa agir ‘com muita firmeza’, mas não acredita que isso poderá ocasionar a prisão de Marçal, já que o Código Eleitoral proíbe a prisão nas vésperas da eleição, salvo em flagrante delito.
Além da falta de provas contra Boulos, o advogado cita como outro exemplo o caso em que, logo após o registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), matérias jornalísticas apontaram que o candidato deixou de fora da declaração de bens ao menos R$ 22 milhões em cotas empresariais. Após saber do fato pela imprensa, o advogado narra que entrou em contato com a equipe de Marçal para entender que empresas eram essas e avaliar se, de fato, precisariam entrar no registro.
Declaração de Bens e Uso de Drogas
‘Aí eu soube que logo depois, quando eles souberam da matéria, eles já falaram para a imprensa que eles iriam corrigir, como se de fato houvesse um erro — e erro esse que nem tinha sido discutido comigo’, conta o advogado, citando o caso como exemplo da falta de comunicação entre a campanha e a equipe jurídica. A disputa eleitoral está cada vez mais acirrada, e a campanha de Marçal precisa lidar com esses problemas para manter a credibilidade.
Fonte: @ Estadão
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