Vendas em julho superaram expectativas, 8,9% acima do nível pré-pandemia. Gestão de Riscos e Política Monetária influenciaram o resultado.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ter encerrado a semana passada com um saldo positivo, graças ao crescimento do PIB, que superou as expectativas dos economistas. No entanto, na quinta-feira, 5, as notícias de que o então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio de Almeida, teria assediado mulheres vieram à tona e ofuscaram os dados econômicos.
A administração do governo foi colocada em xeque com essas denúncias, e o poder do presidente foi questionado em relação à sua capacidade de lidar com a situação. A confiança no governo foi abalada e a credibilidade do presidente foi colocada em risco. O governo precisa agora lidar com as consequências dessas denúncias e trabalhar para restaurar a confiança da população.
Um Governo em Questão
A rápida demissão de Almeida por Lula foi um passo necessário, mas o episódio é um lembrete de que a reputação do governo progressista está em jogo. Embora Lula tenha demonstrado não tolerar casos de assédio, sua atuação para aumentar a presença feminina nos espaços de poder é questionável. Ao substituir o ministro acusado por uma mulher negra, Macaé Evaristo, Lula parece ter agido mais por conveniência do que por uma verdadeira preocupação com a igualdade de gênero.
A nomeação de Fernando Haddad como ministro da Fazenda e de Gabriel Galípolo para dirigir o Banco Central também levanta questões sobre a representação feminina no governo. Com a indicação de Galípolo, Lula precisará nomear mais três diretores para o Banco Central, incluindo um para substituir a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina de Assis Barros, que é a única mulher na diretoria.
A história recente do governo não é animadora em termos de representação feminina. Lula indicou apenas uma mulher para a diretoria do Banco Central em 2008, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro indicou dois nomes em um mandato. A escolha de Paulo Picchetti, conhecido por frases machistas, para o lugar de uma diretora escolhida por Bolsonaro, não ajuda a melhorar a situação.
A Busca por Diversidade
Embora o governo não tenha confirmado oficialmente, fontes próximas à administração petista afirmam que a representação feminina é um tema em discussão. A questão é se Lula realmente está comprometido em aumentar a presença feminina nos espaços de poder ou se está apenas reagindo a pressões externas.
Lula é conhecido por sua personalidade forte e sua reação a críticas. Ele rebate com veemência qualquer sugestão de que o crescimento econômico seja resultado da sorte, afirmando que é fruto de sua capacidade e vontade de trabalhar. No entanto, a diversidade de gênero no governo não pode ser deixada ao acaso. É hora de Lula demonstrar um compromisso real com a igualdade de gênero e nomear mais mulheres para cargos de poder.
A nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central é um passo importante, mas é apenas o começo. O governo precisa mostrar que está comprometido em promover a igualdade de gênero em todos os níveis, incluindo a nomeação de mulheres para cargos de poder. A representação feminina não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma questão de eficiência e eficácia na gestão pública.
Fonte: @ Estadão
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