Relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos EUA assusta mercados com embarques de soja, oferta e demanda, valorização da moeda e crescimento.
A previsão para as produções da safra 24/25 é bastante otimista, com estimativa de alcançar cerca de 430 milhões de toneladas, o que representa um aumento significativo em relação às safras anteriores. Essa projeção indica um aumento nos estoques, que devem saltar de 112 para 134 milhões de toneladas ao final da safra, mesmo com um crescimento robusto do consumo estimado em 20 milhões de toneladas.
Com um cenário favorável, a produção agrícola promete impulsionar a economia e garantir um bom desempenho nas exportações. A expectativa é de uma colheita abundante, que contribuirá para o fortalecimento do setor agrícola e para o abastecimento do mercado interno e externo. A safra 24/25 promete ser um marco nas produções agrícolas, trazendo benefícios tanto para os produtores quanto para os consumidores em todo o mundo.
Produções de soja e milho em destaque
Anec eleva estimativa de embarques de soja em março para até 15,13 milhões de toneladas. A colheita do milho é favorecida pelo clima, enquanto a maior oferta de soja pressiona as cotações. A soja continua em alta devido ao clima no RS e à boa perspectiva para o farelo. Os números de Brasil e Argentina foram mantidos, pois as safras ainda não foram plantadas, mas a produção dos EUA aumentou consideravelmente, graças ao clima favorável e às condições das lavouras.
Espera-se agora uma produção de 125 milhões de toneladas nos EUA, um aumento de 10% em relação à safra anterior, que totalizou 113 milhões de toneladas. O Brasil impressiona com uma produção estimada em 169 milhões de toneladas, um aumento de 10% em relação às 153 milhões estimadas para a safra anterior. Impulsionada pelos preços e pelas áreas maiores, principalmente no Brasil, a oferta superará a demanda, o que manterá os preços sob pressão.
Apesar da conjuntura complicada, uma visão de médio prazo traz algum conforto, pois nos últimos quatro anos o consumo mundial de soja aumentou 34 milhões de toneladas, representando um crescimento anual médio de mais de 8 milhões de toneladas na demanda global. A expectativa de importação da China é de 112 milhões de toneladas.
Os preços da soja caíram em dólares e em reais devido à valorização da moeda nos últimos dias. Aqueles que venderam anteriormente se beneficiaram. No caso do milho, a previsão é que a safra 24/25 seja do mesmo tamanho da 23/24.
Os EUA teriam uma produção de 385 milhões de toneladas de milho, uma queda de 1%, enquanto a China alcançaria 292 milhões de toneladas (um aumento de 1%). O Brasil teria 127 milhões de toneladas de milho (um aumento de 4%) e a Argentina praticamente a mesma quantidade (51 milhões de toneladas). Assim, os estoques de milho permaneceriam praticamente inalterados.
No entanto, a visão de médio prazo, assim como na soja, é promissora para a expansão esperada da produção brasileira, tanto para uso em rações quanto para o etanol de milho, alimentação no mercado externo e exportações. A demanda mundial de milho nos últimos quatro anos aumentou 62 milhões de toneladas, o que representa cerca de 15 milhões a mais por ano.
É interessante notar que a demanda mundial por grãos em quatro anos aumentou o equivalente a metade da safra brasileira de milho. O cenário de preços é complexo, e é necessário aguardar as decisões de plantio de soja e milho no Brasil e Argentina, ou algum evento climático nos EUA, para verificar se os preços serão afetados. No entanto, o futuro exigirá mais grãos, abrindo amplas oportunidades de expansão para o Brasil.
Fonte: @ Estadão
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