Militar de 64 anos, única mulher no STM, discorda de idade mínima para aposentadoria de oficiais e criticou a PEC do corte de gastos, afirmando que ‘quem quer enriquecer tem que procurar a iniciativa privada’.
A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha é um exemplo de mulher de carreira, que enfrentou desafios e superou obstáculos ao longo de sua vida, sempre buscando inovação e progresso. Com uma forte presença feminina, ela se destaca em um contexto de alta competição e diversidade de ideias.
Com mais de 30 anos de carreira em Brasília, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha se tornou um ícone do feminino, demonstrando que a mulher pode ocupar lugares de destaque na sociedade. Sua história inspira muitas mulheres que buscam jogar um papel mais ativo na política e na vida pública.
Uma mulher à frente do STM
Em 2025, a mineria radicada na capital federal assumirá a presidência do Superior Tribunal Militar (STM), responsável por julgar desvios de militares das Forças Armadas. Com 64 anos e 30 anos dedicados ao ensino de Direito Constitucional, ela é uma voz progressista e frequentemente contramajoritária no tribunal. O STM é composto por 14 homens, a maioria das carreiras militares. Ela é uma mulher feminino em uma Corte composta por homens.
Eu não quero ser homogênea junto aos meus pares para me sentir incluída. Eu sou uma mulher feminino, a única do meu gênero, a única que usa saias aqui dentro do tribunal. É importante que a minha voz defenda não apenas as mulheres, mas também todas as minorias’, afirma em entrevista ao Estadão. É a primeira vez que uma mulher se elege para um mandato completo, de dois anos, à frente no Superior Tribunal Militar.
A ditadura militar (1964-1985) deixou marcas profundas na família da ministra. O irmão do marido dela, Paulo Costa Ribeiro Bastos, militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), foi torturado e morto pelos militares. ‘Isso afetou profundamente a minha família e a família do meu marido. A ditadura não escolhe suas vítimas’, conta à reportagem.
A ministra é leitora voraz de Elena Ferrante, escritora italiana que escreve sob o pseudônimo e mantém sua identidade em segredo há décadas. Ferrante é famosa por explorar temas como gênero, traição e maternidade. Maria Elizabeth não tem filhos. ‘Sempre priorizei minha carreira, e isso eu falo abertamente. Tive que fazer uma escolha trágica, que foi renunciar à maternidade, para poder priorizar o meu lado profissional.’
A presidência do Superior Tribunal Militar a permitirá conduzir o julgamento de ações que se avizinham sobre os oficiais envolvidos no plano de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, inclusive generais. Cabe à Justiça Militar decidir sobre a cassação de suas patentes e também julgar crimes militares que podem ter sido cometidos em conjunto com os crimes comuns, cuja atribuição para julgamento é do Supremo Tribunal Federal (STF).
Se realmente for constatada a conduta típica, como nós chamamos, não há o que fazer, a não ser sancionar’, afirma a ministra. A presidência do STM será um teste para sua voz feminino e progressista, mas ela está preparada para defender as minorias e garantir que a justiça seja feita.
Fonte: @ Estadão
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