Maria Elizabeth Rocha defende julgamento do STF sobre fuzilamento de músico por fardados.
Em meio às polêmicas eleitorais, a presidente eleita do Superior Tribunal Militar (STM) defendeu as Forças Armadas em frente à imprensa. Para ela, é injusto chamar as instituições de golpistas, pois há golpistas em todos os lados. Além disso, a presidente eleita também ressaltou a importância de se manter as instituições militares longe do poder político.
De acordo com a presidente eleita do STM, não há evidências de que as Forças Armadas tenham participado de golpes contra o regime democrático. Mas, para Maria Elizabeth Rocha, não há golpistas apenas no Exército, golpeadores estão por todos os lugares. Além disso, a presidente eleita ainda destacou a importância de se manter as instituições militares como guardiões da ordem democrática, evitando a influência de grupos autoritários.
Ministra da Justiça Militar afirma que golpistas ‘batem continência à Constituição’
Em uma entrevista à Coluna do Estadão, a primeira mulher a comandar a Justiça Militar, ministra Maria Elizabeth Rocha, defendeu os militares que foram acusados de participar de golpes e golpistas que ameaçam a democracia. Segundo ela, a prisão do general Walter Braga Netto e o indiciamento de militares no inquérito de supostas ações golpistas abalam a hierarquia e a disciplina nas Forças Armadas, mas ela acha que é injusto, na medida em que temos que separar as instituições das pessoas.
A ministra afirmou que ‘acabam por abalar, mas eu acho que é injusto, na medida em que temos que separar as instituições das pessoas. Em todas as instituições existem pessoas que não honram o trabalho que exercem. Jogar uma pecha de golpista nas Forças Armadas é uma injustiça’. Além disso, os golpistas que ameaçam a democracia ainda ‘continuam batendo continência à Constituição e respeitando o presidente da República’.
Maria Elizabeth Rocha defendeu ainda que os militares precisam ter ‘muito mais responsabilidade’ do que cidadãos civis. ‘Ninguém obrigou ninguém a ser militar, é a profissão que escolheram. Os militares têm que ter muito mais responsabilidade do que os civis, são investidos das armas da nação’. Depois de defender os golpistas que ameaçam a democracia, a ministra discutiu um caso específico em que militares do Exército foram condenados por fuzilar dois cidadãos civis no Rio de Janeiro em 2019.
A ministra ficou vencida e, em seu voto, citou o termo ‘racismo’ 46 vezes. O caso agora está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a ministra, o STF deveria julgar o caso, até para estabelecer um modelo de atuação das Forças Armadas. ‘Há questões constitucionais envolvidas. Existe ali o perfilamento racial e a violência institucional’.
Fonte: @ Estadão
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