Faturamento dobrou em 12 meses, mas clientes processam a empresa por queimada digital, violando a Lei de Gerson, monitorada pelo Observatório da Violência da Universidade Federal do Rio.
A campanha para a Prefeitura de São Paulo será lembrada como um dos momentos mais sombrios e desalentadores da política brasileira. A falta de propostas concretas e a polarização exacerbada transformaram a disputa em um verdadeiro confronto de egos.
No entanto, é importante lembrar que a campanha também foi marcada por momentos de esperança e renovação, com candidatos que apresentaram propostas inovadoras e buscam mudanças significativas na cidade. A eleição para a Prefeitura de São Paulo é um momento crucial para o futuro da cidade e é fundamental que os eleitores estejam informados e engajados no processo. A escolha certa pode fazer toda a diferença.
A Campanha em São Paulo: Um Vale-Tudo Político
A eleição na capital paulista terminou o primeiro turno com um golpe baixo sem precedentes. O candidato Pablo Marçal (PRTB) recorreu à ‘Lei de Gerson‘ para criar uma ‘queimada digital‘ na última hora, apresentando um laudo médico falso para tentar associar Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas. Essa ação não foi apenas um ataque ao adversário, mas também uma rachadura na direita e um ataque ao jogo democrático.
A campanha em São Paulo, que antes era marcada por debates acalorados entre o PT e o PSDB, ou mesmo entre petistas e Paulo Maluf, enveredou por um caminho de confronto e agressões. Candidatos como Tabata Amaral (PSB) e o próprio Boulos tentaram apresentar ideias nos debates, mas não houve propriamente debates, apenas shows de insultos e agressões.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) passou o tempo querendo mostrar o que fez, mas ninguém viu. Na outra ponta, Marina Helena (Novo) não disse a que veio, aparecendo em dobradinhas com Marçal para alvejar o que o ex-coach batizou como ‘consórcio comunista’. O apresentador José Luiz Datena, que mudou de partido dez vezes até desembarcar no PSDB, admitiu ter entrado na eleição errada.
O Espectáculo de Horror da Campanha
Se assistimos a esse espetáculo de horror em São Paulo, a maior cidade do País, o que estará ocorrendo nos rincões do Brasil? O Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Universidade Federal do Rio, identificou 455 casos de agressões contra líderes políticos de janeiro a setembro. Somente de julho até o mês passado foram 15 assassinatos.
O quadro de cores sombrias pode ser reflexo da polarização política, da infiltração do crime organizado nas estruturas do Estado e de muito mais do que supõe a nossa vã filosofia. Agora, na capital paulista, chegamos ao fim da primeira etapa da campanha sem saber quem ganhará o passaporte para o segundo turno, com Boulos, Nunes e Marçal embolados na liderança.
O Que Esperar do Próximo Round?
Que os candidatos a prefeito entendam de uma vez por todas que, para administrar São Paulo, precisam, antes de tudo, respeitar os seus moradores. E que a Justiça Eleitoral compreenda que o tempo das redes sociais é muito mais veloz e, portanto, suas respostas aos descalabros da campanha precisam ser cada vez mais rápidas. Diante do caos que vemos hoje, o sonoro ‘Cala a boca, Maluf!’ chega a deixar saudade. Nesta temporada em que cadeiras voam no estúdio, óculos são quebrados por soco e ‘laudo’ com assinatura falsificada de médico morto invade as redes, o pito dado por Marta Suplicy parece uma lembrança distante.
Fonte: @ Estadão
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