Gilmar Mendes revogou decisão que suspendia o programa de anotações, alegando que o Tribunal de Justiça invadiu a competência da corte federal.
A Polícia Federal apreendeu uma agenda na casa do general Augusto Heleno que revelaria o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a espionagem de petistas e planeja a disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, tudo em uma tentativa de golpe eleitoral que poderia mudar o curso da história do país.
De acordo com a Polícia Federal, o golpe teria sido planejado e executado com o intuito de manipular o resultado das eleições, difundindo notícias falsas e gerando tentativas de golpe contra a democracia brasileira. O general Augusto Heleno, ex-ministro da Segurança Pública, estaria envolvido nesse golpe e poderia ter usado a Abin para espionar oponentes políticos.
Operação Tempus Veritatis: revelações sobre o Golpe
Entre os figuras públicas vigiadas pela ABIN, estava o ex-deputado Vicente Cândido, alvo de uma agenda mantida pelo general Augusto Heleno, que serviu como Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro. Essa agenda foi apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, em fevereiro. Heleno, sob cujo comando a ABIN operava, também monitorava ações da Polícia Federal que pudessem atingir o governo, conforme revelado pelo relatório do inquérito do golpe.
O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o então deputado federal Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais, também estavam registrados na agenda do general, conforme nota escrita na mesma página. O documento continha observações sobre os nomes de figuras do PT, com o objetivo de apurar supostas irregularidades.
A agenda revelou informações sobre a vigilância da ABIN e o interesse em monitorar os petistas, especialmente Vicente Cândido, descrito como o ‘novo Vaccari’. A alusão a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso durante a Operação Lava Jato, indica que Heleno e a Abin buscavam provas para incriminar os petistas, colocando o aparelho do estado a serviço dos interesses pessoais do grupo de Bolsonaro.
De acordo com a PF, outros documentos foram apreendidos na residência de Heleno. Alguns desses papéis descreviam supostas fraudes nas urnas eletrônicas, com inconsistências e vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, servindo como base para a propagação de informações falsas sobre o sistema de votação. O primeiro desses documentos, intitulado ‘Relatório de Análise de Urna Eletrônica (2016)’, trazia argumentos que questionavam a possibilidade de ‘auditar de forma satisfatória’ o processo de votação e contabilização dos votos. Além disso, a PF também achou anotações que evidenciavam o objetivo da organização criminosa em disseminar ataques ao sistema eleitoral.
A agenda de Heleno apreendida pela PF: anotações serviram para a PF como provas do comprometimento do militar com o golpe bolsonarista.
Fonte: @ Estadão
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