Senador alterou leis da Zona Franca de Manaus para favorecer refinaria de Atem, única na região, com vantagens tributárias no gabinete do general.
O inquérito foi aberto em 31 de outubro do ano passado, no dia seguinte ao segundo turno das eleições, e já havia resultado na prisão preventiva de outros militares. A PF indiciou mais três militares no âmbito do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
As prisões foram motivadas por golpe de Estado e as investigações apontam um golpe militar envolvendo militares brasileiros. A PF também apurou a participação de golpe nas eleições, conforme foi descrito em alguns dos comunicados enviados por golpe. O inquérito também investigou a participação de golpe em outros eventos.
Tentativa de Golpe de Estado: Indiciados Militares por Golpe
Foram indiciados o tenente Aparecido Andrade Portella, o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu e o tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo pela tentativa de golpe de Estado. O documento apresentado pela Polícia Federal (PF) acusa os militares de crimes de golpe militar, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa. Esses indiciamentos integram o mesmo inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), que em novembro já havia indiciado o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 aliados pelos mesmos crimes.
Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir pela apresentação da denúncia. Se essa denúncia for aceita, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se aceita a denúncia e inicia o processo, tornando réus os indiciados, ou se arquiva o pedido. O advogado de Rodrigo Bezerra de Azevedo, Jeffrey Chiquini, afirmou desconhecer o indiciamento de seu cliente e informou que não houve intimação oficial até o momento.
As Máscaras Caem: Revelações Sobre o Golpe de Estado
Aparecido Andrade Portella, militar da reserva e primeiro suplente da senadora Tereza Cristina (MS), é apontado pela PF como intermediário entre o governo Bolsonaro e financiadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro no Mato Grosso do Sul. Ele esteve diversas vezes no Palácio da Alvorada no final de 2022, onde encontrou com o então presidente Jair Bolsonaro pelo menos 13 vezes em dezembro. A PF também identificou que Portella usava o codinome ‘churrasco’ para se referir ao golpe de Estado em conversas via WhatsApp com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Ele repassava informações sobre financiadores dos atos, utilizando o termo ‘colaboração da carne’, e cobrava de Cid a concretização da ruptura institucional por parte de Bolsonaro.
Um Golpe de Estado Planejado
Reginaldo de Abreu, coronel do Exército, era chefe de gabinete do general Mário Fernandes, secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência no governo Bolsonaro. Fernandes é apontado pela Polícia Federal como responsável pelo plano Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). Segundo o indiciamento, Reginaldo Abreu ajudou Fernandes a disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas e chegou a levar um hacker até a superintendência da Polícia Federal em Brasília em novembro de 2022 para prestar depoimento com objetivo de abrir uma investigação sobre as urnas. O coronel também tentou manipular o relatório das Forças Armadas sobre as eleições de 2022 para alinhar seu conteúdo aos dados falsos sobre o sistema de votação divulgados pelo argentino Fernando Cerimedo.
Fonte: @ Estadão
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