Ondas de calor impulsionam cotações de grãos e pecuária, afetando produtividade e demanda em mercados futuros devido a condições climáticas adversas.
As commodities agrícolas registraram uma valorização significativa ao longo de setembro, influenciadas principalmente por questões climáticas. De acordo com o consultor da Markestrat Group, Leonardo Marin, os efeitos climáticos não apenas afetaram a produtividade e o início do plantio das principais culturas no Brasil, mas também impactaram regiões produtoras ao redor do mundo, o que pressionou as negociações e afetou o mercado de commodities agrícolas.
Além disso, a escassez de produtos agrícolas em algumas regiões do mundo também contribuiu para a valorização das commodities agrícolas. A falta de chuvas em algumas áreas e a ocorrência de tempestades em outras afetaram a produção de mercadorias agrícolas, como soja e milho, o que levou a uma alta nos preços. A incerteza climática é um fator importante a ser considerado no mercado de commodities. É fundamental que os produtores e investidores estejam atentos às condições climáticas para tomar decisões informadas e minimizar os riscos.
Commodities Agrícolas: Preços em Alta devido a Condições Climáticas Adversas
O mercado de commodities agrícolas tem sido influenciado pelas condições climáticas adversas em todo o mundo, especialmente no Brasil. A falta de chuvas e a postergação do início do plantio da safra de verão no país têm afetado a produtividade e os preços dos produtos agrícolas. Além disso, as queimadas que atingiram as principais regiões canavieiras do país também têm influenciado o preço do açúcar cristal.
No setor de grãos, a saca de soja valorizou-se 1,7% no mês, sendo comercializada a R$ 141,16 em Paranaguá (PR). Para o milho, a valorização foi de 5,9%, com a saca negociada a R$ 64,30. Esses dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e foram analisados pela Markestrat. Soja e milho também fecharam o nono mês do ano no campo positivo nos mercados futuros.
Produtos Agrícolas: Mercados Futuros em Alta
Na Bolsa do Brasil, a B3, o vencimento para novembro do milho (CCMX24) variou 7,4% ao longo de setembro e fechou em R$ 68,90 a saca. No caso da soja, destaque para as negociações na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Os contratos futuros da oleaginosa na CBOT – com vencimento em novembro (ZSX24) -, finalizaram o mês a US$ 10,57 por bushel, alta de 4,4% ao longo do mês.
Embora as variações mais expressivas tenham sido observadas no mercado futuro, o mercado físico foi influenciado pela manutenção da demanda em um período de entressafra no país, comenta Leonardo Marin. Isso reflete a tentativa do mercado em medir os riscos decorrentes das incertezas climáticas, especialmente devido à falta de chuvas e a postergação do início do plantio da safra de verão no Brasil.
Mercadorias Agrícolas: Preços em Alta devido a Condições Climáticas
O açúcar cristal apresentou uma alta ao longo do mês de 7,8%, com a saca comercializada a R$ 146,32 no último dia de setembro. Em Santos (FOB), o valor foi de R$ 156,46, representando um aumento de 7,5% no decorrer de setembro. Quanto ao café, tanto o robusta quanto o arábica encerraram o mês de setembro com preços acima de R$ 1.500,00 por saca.
O robusta fechou a R$ 1.512,35 a saca, um aumento de 6,65%, enquanto o arábica valorizou-se 4,2%, e foi comercializado a R$ 1.504,98. Esses aumentos nos preços refletem a queda na produtividade devido às secas no Brasil e à menor produção na Ásia, em um momento de crescente demanda global pela bebida, explica o especialista da Markestrat.
Produtos Rurais: Preços em Alta devido a Condições Climáticas
No setor pecuário, destaque para a arroba do boi gordo, que rompeu a casa dos R$ 270 e encerrou setembro negociada a R$ 274,35 no mercado físico (Cepea), representando uma valorização de 15,6% ao longo do mês e de 8,7% em comparação a agosto. Conforme análise da Markestrat Group, em um ano, nas médias mensais, a alta acumulada da arroba (até setembro) foi de 20,2%. No mercado futuro da B3, os contratos foram liquidados a R$ 268,45 por arroba.
O especialista explica que a pressão sobre os preços da arroba do boi gordo tem sido impulsionada pela entressafra de ‘boi de capim’, intensificada e alongada pelas altas temperaturas, baixa umidade e falta de chuvas, que têm afetado a produtividade e os preços dos produtos agrícolas.
Fonte: @ Estadão
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