O negócio de luxo não está no pico ainda, mas marcas estão reverendo suas estratégias após quedas nas vendas. A coalizão entre o Executivo e o Legislativo reconfigurou a correlação das forças políticas, afetando a extração de rendas controladas pelo Executivo.
Os acordos políticos entre membros do governo de uma coalizão política não são firmes e podem ser revogados a qualquer momento. Isso ocorre frequentemente quando surgem divergências entre os partidos que compõem a coalizão.
Em um contexto político, a aliança entre partidos pode ser utilizada como um mecanismo para implementar mudanças políticas e sociais. No entanto, essa aliança pode perder sua força e se desintegrar à medida que surgem conflitos e interesses divergentes entre os partidos. No caso de governos de coalizão no Brasil, a aliança entre partidos pode ser revogada a qualquer momento, deixando o governo em uma situação de instabilidade política.
Desafios da Governança: Dinâmica do Jogo entre Executivo e Legislativo
A manutenção de uma coalizão política depende de fatores variados, incluindo a dinâmica do jogo entre o Executivo e o Legislativo. Essa dinâmica pode alterar os cálculos tanto do presidente quanto dos parceiros de aliança, gerando novas possibilidades de equilíbrio ou mesmo de quebra da coalizão. A eleição estabelece o tamanho dos partidos e a distribuição de suas preferências ideológicas no Congresso, o que afeta a formação da coalizão.
O presidente, como formateur da coalizão, oferece recursos políticos e monetários a partidos em troca de apoio político sustentável no Legislativo e na sociedade. No entanto, o equilíbrio desse jogo é dinâmico e pode variar diante de choques exógenos, como crises econômicas ou descoberta de recursos naturais, ou endógenos, como eleições de meio de mandato para prefeitos ou escândalos de corrupção. Esses choques tendem a promover reposicionamento das forças políticas, alterando os parâmetros da coalizão e exigindo ajustes nas recompensas para mais ou para menos.
A Coalizão do Presidente Lula: Desafios de Governabilidade
A coalizão do presidente Lula no seu terceiro mandato presidencial é a maior e mais heterogênea da história do presidencialismo brasileiro, contando com 18 partidos e 350 cadeiras na Câmara dos Deputados. O índice de heterogeneidade ideológica atual é de 56,04, enquanto nos governos passados era de 48,08 e 42,17. Além disso, o índice de proporcionalidade na alocação de ministérios é de 32,60, enquanto nos governos anteriores era de 49,01 e 49,80.
O PT, que ocupa 68 cadeiras na Câmara, tem 17 dos 39 ministérios, enquanto o União Brasil, com praticamente a mesma representação no Legislativo, só tem 3 ministérios. Essa situação gera um déficit de governabilidade, com baixo sucesso legislativo e alto custo de governabilidade. Além disso, os parceiros sub recompensados tendem a reequilibrar o jogo sempre que possível, o que pode levar à quebra da coalizão.
Reconfiguração das Forças Políticas e Extração de Rendas
O bom desempenho de alguns parceiros do governo nas eleições municipais de 2024 reconfigurou a correlação das forças políticas, exigindo maiores recompensas. Sem uma reforma ministerial que contemple adequadamente os parceiros, haverá cada vez mais pressão por parte deles para a extração de rendas controladas pelo Executivo sem comprometer-se com o governo no futuro. Se os aliados continuarem sub recompensados, podem até não sair da coalizão, mas provavelmente não estarão comprometidos com o governo.
Fonte: @ Estadão
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