Realidades locais se impõem, disputa nacional é lateral, Lula tem bom desempenho em administração municipal.
No Brasil, as eleições municipais têm sido marcadas por uma dinâmica peculiar, onde as realidades locais tendem a prevalecer sobre as disputas nacionais. Isso se reflete na falta de impacto dos apoios de Lula e Bolsonaro em suas respectivas candidaturas, especialmente nas principais capitais do país.
Essa tendência se confirma nas votações recentes, onde os pleitos locais têm sido decididos por questões específicas de cada município, em vez de serem influenciados pelas disputas eleitorais nacionais. A importância das eleições municipais não pode ser subestimada, pois elas refletem as necessidades e prioridades dos cidadãos em nível local. A escolha dos líderes municipais é fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar das comunidades, e é por isso que as eleições municipais merecem atenção especial.
Eleições: O Impacto das Alianças em Disputas Locais
Ainda que haja lulistas e bolsonaristas à frente de várias campanhas, o desempenho dos candidatos parece menos relacionado a essas alianças e a entrada dos dois na campanha não tem feito diferença significativa nos cenários eleitorais. Os candidatos que estão em melhores condições são aqueles que conseguem destacar seus próprios feitos e, embora com o apoio de um deles, evitam uma proximidade umbilical com os líderes nacionais.
O caso do Rio de Janeiro é um exemplo disso. Eduardo Paes (PSD) tem condições reais de vencer no primeiro turno, apesar de ter o apoio do PT e de Lula. No entanto, Paes não faz questão de exaltar uma parceria com Lula e prefere focar no bom desempenho de sua administração. Já Alexandre Ramagem (PL) começa a registrar crescimento na reta final, mas ainda está muito aquém do que imaginavam os apoiadores de Bolsonaro.
Disputas Eleitorais: O Papel dos Líderes Nacionais
Em Recife, o caso é semelhante. João Campos (PSB) também tem o apoio do PT e de Lula, mas essa aliança se deu mais pela constatação de que o prefeito e candidato à reeleição era praticamente imbatível. Já Gilson Machado (PL), ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, praticamente não saiu do lugar, abaixo dos 10 pontos percentuais, desde que a campanha começou, com ou sem o apoio do ex-presidente.
A situação em São Paulo parece diferente. Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) ponteiam nos levantamentos, em disputa com Pablo Marçal (PRTB) que parece ter perdido um pouco o fôlego neste momento da campanha. O apoio de Bolsonaro a Nunes é velado, e seus eleitores estão mais com Marçal do que com o prefeito. Nunes conseguiu sair de uma situação difícil há semanas atrás justamente apostando em sua administração e no arco de alianças que construiu.
Eleições: O Impacto das Alianças em Disputas Municipais
Bolsonaro fincou o pé em duas canoas na capital paulista e só começou a fazer acenos novamente a Nunes quando percebeu que ele pode vencer. Em um segundo turno, dada a rejeição a Bolsonaro na capital paulista, o prefeito poderia vencer apesar dele e não graças a ele. Já Boulos tem reconhecida a vinculação com Lula, que reforça diariamente em seu horário eleitoral. No entanto, a presença mais forte do presidente nas peças não se traduzem no esticão que seus aliados achavam que Boulos poderia dar.
Apesar de o petista ter vencido as eleições de 2022 na capital paulista, Boulos não é nem de longe o favorito. E tem um patamar de votos bem abaixo do registrado pelo presidente. Repliquem o cenário Brasil afora e vão ver que as eleições estão sendo decididas mais pelas realidades locais do que pelas alianças nacionais.
Fonte: @ Estadão
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