Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi o alvo principal da Operação Fames-19, que investigou desvio de cestas básicas no Tocantins; governador alega não ter sido ordenador de despesas durante a pandemia.
A Polícia Federal realizou uma apreensão significativa nesta quarta-feira, 21, ao confiscar quase R$ 100 mil em espécie durante as diligências da Operação Fames-19, que apura o suposto desvio de recursos da pandemia com a distribuição de cestas básicas no Tocantins.
Além do apreensão do dinheiro, houve também o recolhimento de documentos importantes que podem contribuir para a investigação em andamento. A ação da Polícia Federal evidencia a seriedade das medidas tomadas para combater possíveis irregularidades e garantir a transparência no uso dos recursos públicos.
Apreensão de valores e boletos durante as diligências da PF
Na residência do alvo principal da operação, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), a Polícia Federal encontrou R$ 35,5 mil, U$ 1.100 e 80 euros. No gabinete do mandatário, foram recolhidos R$ 32,2 mil, além de uma grande quantidade de boletos de contas pagas em lotéricas, tanto do governador quanto de terceiros. Durante as diligências, os agentes identificaram um suposto desvio de recursos destinados à distribuição de cestas básicas, que eram o alvo principal da investigação.
Alvos da operação e confisco de valores pela PF
Outro alvo da ação policial que teve dinheiro confiscado foi João Coelho Neto, apontado como um ‘laranja’ no esquema fraudulento que envolvia a contratação de empresas previamente selecionadas. Essas empresas não entregavam todas as cestas básicas contratadas pelo Estado, retendo a íntegra do pagamento. Com João Coelho Neto, foram apreendidos R$ 24.365,00. Ele está sendo investigado em uma ação penal por extorsão e ameaça, juntamente com o ex-policial Wolney Max de Souza, pai do assessor especial de Wanderlei, Warks Marcio Souza.
Ampliação das investigações e retenção de valores autorizada pelo ministro Mauro Campell
Os valores foram confiscados após o ministro Mauro Campell, que assumirá a presidência do Superior Tribunal de Justiça, autorizar a Polícia Federal a vasculhar 42 endereços em busca de evidências dos desvios na distribuição de cestas básicas durante a pandemia. Além de Wanderlei, a família do governador também foi alvo da operação, incluindo a primeira-dama Karynne Sotero Campos e os filhos do casal, o deputado Leo Barbosa (Republicanos) e Rérison Antonio Castro Leite, diretor superintendente do Sebrae.
Outros alvos da operação e retenção de valores pela PF
Entre os investigados, também estão José Messias Alves de Araújo, ex-secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social; Senivan Almeida de Arruda, ex-controlador-geral do Estado; Liel Bezerra Bekman Cardoso, esposa do deputado estadual Cleiton Cardoso de Almeida (Republicanos) e mãe do vereador Pedro Cardoso (Republicanos); Joseph Ribamar Madeira, presidente da Associação Comercial de Palmas. Durante as diligências, foram encontradas evidências de um suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados à distribuição de cestas básicas, o que levou à apreensão de valores e documentos relevantes para a investigação em curso.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo