Relatório final da investigação imputa a Ivo de Almeida crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional. Defesa afirma que indiciamento é ‘arbitrário e ilegal’.
A corrupção persiste em todos os níveis do poder no Brasil e é um grande problema que afeta a corrupção de todo o sistema. A Operação Churrascada é apenas um dos muitos casos de corrupção que têm sido descobertos recentemente e é um sinal de que a corrupção ainda está muito presente na sociedade brasileira.
As denúncias contra o desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, são apenas mais um exemplo da corrupção que infiltra o sistema de justiça. A PF indiciou o desembargador por suspeita de vender decisões judiciais, o que é um crime grave que pode levar a lavagem de dinheiro e outros ilícitos. A investigação foi iniciada em junho e o desembargador foi afastado das funções por determinação do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A venda de decisões judiciais é um crime que pode ter consequências graves, incluindo a perda de reputação e a prisão. Além disso, a corrupção pode levar a sentenças injustas e a uma venda de justiça, o que é prejudicial a toda a sociedade. O caso do desembargador Ivo de Almeida é um exemplo de como a corrupção pode se infiltrar em todos os níveis do poder e é um lembrete de que a luta contra a corrupção é um trabalho contínuo que requer esforços de todos os setores da sociedade.
Indiciamento arbitrário e ilegal, afirma defesa do magistrado suspeito de corrupção
Um relatório final da investigação imputa ao magistrado os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional, destacando que a medida vale por um ano. O documento foi entregue ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem que o indiciamento seja considerado arbitrário e ilegal, conforme afirmando os advogados Átila Machado e Luiz Augusto Sartori de Castro, que representam o desembargador. Em nota, eles afirmaram que os depoimentos e as perícias realizadas no curso do inquérito policial comprovam a absoluta inocência do desembargador, que foi vítima de um ex-amigo – falecido em 2019 – que vendia ilusões valendo-se do nome e do prestígio do magistrado, sem que este soubesse de nada e, principalmente, tivesse qualquer ganho financeiro, apontando que o indiciamento é arbitrário e ilegal.
O desembargador Ivo de Almeida foi indicado pela Polícia Federal por cinco crimes, enquanto outras quatro pessoas também foram indiciadas, incluindo Luiz Pires Moraes Neto, advogado suspeito de resgatar propina de R$ 1 milhão para comprar decisão do desembargador, Romilton Queiroz Hosi, traficante preso que, segundo a PF, seria beneficiado por habeas corpus do desembargador, Wellington Pires da Silva, guarda civil que trabalha com o advogado Moraes Neto e que também teria negociado a compra de decisões, e Wilson Vital de Menezes Júnior, apontado como o emissário do desembargador nas negociações.
Lavagem de dinheiro e movimentação de dinheiro sem origem comprovada
O delegado André Luiz Barbieri, responsável pela investigação, afirma no relatório que Ivo de Almeida mantém ‘relações e assuntos obscuros’ e tinha ‘pleno conhecimento’ dos crimes, destacando que se deve levar em conta o fato de o magistrado utilizar pessoas interpostas para as negociações ilícitas, bem como enviar mensagens cifradas ao se comunicar com interlocutores, e realizar uma vultosa movimentação de dinheiro em espécie sem origem comprovada, relacionada à lavagem de dinheiro e movimentação de dinheiro.
Os policiais federais chegaram a fazer buscas no gabinete e na casa do desembargador, onde apreenderam R$ 170 mil em dinheiro vivo, destacando que a principal suspeita da Polícia Federal envolve justamente a movimentação de recursos em espécie, como o pagamento de faturas de cartão de crédito com dinheiro vivo e a declaração desses recursos no Imposto de Renda, sem que tenha sido encontrado nem apresentado nenhum documento que comprovasse a origem deste numerário declarado.
Operação Churrascada: senhas usadas para se referir ao desembargador
As expressões inspiraram os investigadores a batizarem a Operação de ‘Churrascada’, relacionada à corrupção e venda de decisões judiciais, destacando que o desembargador Ivo de Almeida teria negociado e vendido decisões judiciais em ao menos quatro casos, o mais sensível envolve o narcotraficante internacional Romilton Hosi, apontado como um dos homens de confiança do desembargador, e a suspeita de que o desembargador teria utilizado sua posição para beneficiar indivíduos e empresas em troca de propina, utilizando senhas como ‘carnes’, ‘picanha’, ‘chefe da oficina’, ‘mecânico’, ‘carro’, ‘nosso amigo’ e ‘churrasco’, destacando que a PF suspeita que o desembargador teria negociado e vendido decisões judiciais em ao menos quatro casos, o mais sensível envolve o narcotraficante internacional Romilton Hosi, apontado como um dos homens de confiança do desembargador.
Fonte: @ Estadão
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