Ex-governador do Ceará e senador do PSB se irrita pois o ministro da Educação, Camilo Santana, não o consulta para decisões importantes, particularmente em relação ao Plano Nacional de Educação 2026 da Executiva do PSB.
O senador Cid Gomes, que governou o Ceará entre 2007 e 2014, almeja retomar o cargo e planeja conquistar apoio de aliados.
Depois de romper relações com o governador Elmano de Freitas e com o grupo do ministro da Educação, Camilo Santana, ambos do PT, Cid Gomes busca novas oportunidades políticas, carimbadas por uma ruptura com o passado, e se prepara para uma fuga das eleições do ano que vem. A fissura entre ele e o grupo de Camilo Santana se evidencia, tornando difícil a retomada de sua militância no PSB. Assim, Cid Gomes agora busca uma descontinuidade política, desligando o emperramento que o prendia ao PT.
Um novo capítulo para o PSB no Ceará
A cúpula do PSB está ciente do desejo do senador Cid Gomes de romper com o PT, mas, por enquanto, evita se posicionar sobre a corrida pelo Palácio da Abolição. No entanto, dentro do partido, o rompimento é visto como o primeiro passo para tornar viável uma candidatura própria do PSB ao governo do Ceará em 2026.
A aliança entre o PSB e o PT durava desde 2006, mas nos últimos tempos Cid reclamava de não estar sendo consultado para a tomada de decisões importantes. Seu irmão Ciro Gomes, ex-governador do Ceará, já havia rompido com o PT nas eleições de 2022, devido a divergências sobre fuga de lideranças. Um dos motivos citados agora para o rompimento foi o fato de Elmano ter apoiado o deputado estadual Fernando Santana (PT) para presidir a Assembleia Legislativa do Ceará, enquanto Cid queria indicar um aliado para o cargo, o que gerou uma fissura no partido.
A deputada estadual Lia Gomes, irmã do senador, admitiu que a hegemonia do PT estava incomodando, o que gerou uma ruptura nas relações entre os partidos. Integrantes do PSB disseram que o partido aposta na força do nome da família Gomes no Estado, mas o presidente do PSB cearense, Eudoro Santana, pai do ministro Camilo Santana, não se manifestou sobre o assunto.
A decisão de Cid e as divergências com o PT foram tratadas na noite desta terça-feira, 19, durante reunião da Executiva do PSB no Ceará. O atual presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão, trocou o PDT pelo PT e foi eleito prefeito de Fortaleza. Antes, Cid já havia tentado levar Leitão para o PSB, mas não obteve sucesso nas articulações.
Aliados de Cid afirmam que o ex-governador se sentia ‘desprezado’ por Camilo e Elmano. Além disso, seu mandato no Senado também está chegando e sua preferência seria pelo retorno ao governo. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, expressou apoio ao correligionário, dizendo que o partido está plenamente solidário com ele. ‘É cedo para prever o que pode acontecer em 2026’, disse Siqueira.
O rompimento do PSB com o PT pode gerar uma descontinuidade na política do Ceará, mas também pode abrir caminho para uma candidatura própria do PSB em 2026. O ministro da Educação, Camilo Santana, foi escolhido em 2014 por Cid Gomes para ser candidato à sua sucessão no governo do Ceará.
Fonte: @ Estadão
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