País emergente com dívida pública de 78% do PIB e perspectiva de alta devido a despesas em expansão, enfrenta ameaças de grupos terroristas, incluindo ataques suicidas e guerra ao terror.
Organizações terroristas são como criaturas mitológicas, capazes de se regenerar e se fortalecer mesmo após sofrerem golpes significativos. O terrorista é um inimigo persistente, que não se rende facilmente, e sua capacidade de se adaptar e se reorganizar é um desafio constante para as autoridades.
No entanto, é importante lembrar que o terrorista não age sozinho, muitas vezes faz parte de uma rede mais ampla de militantes e extremistas que compartilham ideologias radicais e estão dispostos a usar a violência para alcançar seus objetivos. A luta contra o terrorismo exige uma abordagem multifacetada, que envolva a cooperação internacional e a compreensão das causas profundas que levam indivíduos a se tornarem terroristas. A segurança é um direito fundamental e é nossa responsabilidade protegê-la. A luta contra o terrorismo é um desafio contínuo.
O Legado do Terrorismo
O Hezbollah, grupo libanês sob ataque de Israel, é mais um exemplo de organização que preenche todos os requisitos de uma entidade terrorista. Embora tenha uma atuação formal na política do Líbano, em atividades sociais paraestatais e em empreendimentos econômicos, muitos deles ilegais, como o tráfico de drogas, sua verdadeira natureza é a de um grupo extremista.
A tática do homem-bomba em atentados foi popularizada pelo Hezbollah na década de 80 contra forças de paz no Líbano e replicada depois centenas de vezes por outros grupos fundamentalistas islâmicos em todo o mundo. Essa tática é um exemplo claro da ameaça que o Hezbollah representa, não apenas para Israel, mas para a comunidade internacional como um todo.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi assassinado por bombardeio israelense em Beirute, mas sua morte não significa o começo do fim do grupo. A legitimação política interna do Hezbollah não impediu que seu braço militar seguisse em frente com os métodos terroristas. Seu envolvimento no atentado contra o prédio da AMIA, em Buenos Aires, em 1994, que matou 85 pessoas, foi confirmado pela Justiça argentina em abril deste ano.
O Hezbollah também esteve envolvido em outros episódios infames, como a explosão de um carro-bomba para matar o primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, em 2005. Além disso, o líder do grupo vangloriou-se de ter entrado na guerra no dia seguinte com disparos de foguetes contra território israelense após o massacre promovido pelo Hamas no dia 7 de outubro em Israel.
A Ameaça do Terrorismo
A morte de Nasrallah não fará falta ao mundo, mas sua ausência ou a dos outros potenciais sucessores que foram mortos nos últimos dias em ataques israelenses não significa o começo do fim do Hezbollah. Como mostram os exemplos de outros grupos jihadistas cujos líderes foram eliminados nos últimos anos, é preciso muito mais para desmantelar uma organização terrorista ou reduzir significativamente sua ameaça.
A própria Al Qaeda – cujo ataque de 11 de setembro de 2001 deu origem à Guerra ao Terror, o maior esforço bélico dos Estados Unidos desde a Guerra Fria – começou a ser derrotada muito antes do assassinato de seu líder, Osama Bin Laden, em 2011, e do seu sucessor, Ayman al-Zawahiri, em 2022. As mortes de ambos foram simbólicas, mas a Al Qaeda já havia, àquela altura, perdido muito de sua capacidade de recrutar e preparar terroristas e de organizar grandes atentados no exterior.
O Hezbollah é um exemplo claro de que a luta contra o terrorismo é um desafio contínuo e que a eliminação de líderes não é suficiente para erradicar a ameaça. É preciso uma combinação de trabalho de inteligência, cooperação entre países, estrangulamento financeiro e erradicação de células terroristas para reduzir significativamente a ameaça do terrorismo.
Fonte: @ Estadão
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