Executivo aproveita votação pelo celular e corte de gastos, evitando apagão no Orçamento com acordo de última hora não discutido.
Brasília – O governo Lula tem demonstrado habilidade em se safar de impasses, fazendo uso de estratégias como acordos de última hora e manobra de votação remota, o que tem permitido que suas propostas sejam aprovadas na Câmara dos Deputados.
Além disso, o governo tem utilizado a influência no Executivo para impulsionar suas agendas, garantindo que projetos-chave avancem no processo legislativo. Isso tem sido um ponto de destaque na gestão, demonstrando a eficácia da implementação dessas estratégias para atingir os objetivos do governo Lula.
Tensões no governo executivo
A recente manobra do governo executivo no Congresso Nacional provocou uma revolta entre o baixo clero parlamentar, composto por deputados de menor influência política. Essa situação trouxe à tona as tensões entre o governo e os deputados, que se sentem marginalizados por acordos fechados sem a devida consideração de todos os envolvidos. A questão surge, principalmente, em relação à votação de projetos importantes, como a corte de gastos e o dispositivo que evita um apagão no Orçamento de 2025.
Problemas na votação
Deputados reclamaram do presidente da Câmara, Arthur Lira, por não informar todos os parlamentares sobre acordos importantes. Eles recebem orientações dos líderes partidários, mas só depois se dão conta de que votaram em algo que não entendem completamente. Essa situação foi evidente na votação da urgência de dois projetos do pacote fiscal, aprovados pela Câmara no dia 4 de dezembro. Uma das propostas foi aprovada por apenas três votos acima do necessário, o que indica que alguns deputados votaram a favor sob orientação, mesmo não sendo favoráveis à medida.
Acordos de última hora
O União Brasil, por exemplo, fechou um acordo unânime para votar contra a urgência, mas nove deputados do partido votaram a favor. A orientação do bloco partidário reuniu União Brasil e outras legendas, que eram favoráveis à urgência, o que resultou na aprovação da proposta. Isso mostra como os acordos de última hora podem afetar a votação de projetos importantes.
Votação pelo celular
Deputados precisam estar presencialmente no plenário para registrar a presença, mas podem votar pelo celular. Isso permite que os deputados votem de suas casas, gabinetes ou em eventos externos, o que pode levar a uma votação mais rápida. No entanto, essa prática também permite que o governo embute propostas de seu interesse nas votações, em combinação com o presidente da Câmara.
Corte de gastos
A Câmara aprovou um dispositivo que evita um apagão no Orçamento de 2025, permitindo que o governo Lula gaste mesmo sem a aprovação das leis orçamentárias, que ainda não foram votadas, no ano que vem. Esse dispositivo entrou como um ‘jabuti’ no projeto da renegociação da dívida dos Estados e surpreendeu os deputados, que não tiveram a chance de discutir a proposta. A aprovação desse dispositivo pode perder força com a votação das leis orçamentárias.
Gastos do Orçamento
O dispositivo que libera os gastos do Orçamento foi incluído a pedido do Ministério da Fazenda e entrou diretamente no parecer do relator, sem que nenhum deputado tivesse feito a sugestão e sem nenhuma discussão no plenário da Câmara. A revolta do baixo clero foi levada ao deputado Hugo Motta, que tem origem nesse mesmo grupo de menor influência política.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo