Características de Trump e Musk podem gerar caos. A combinação de individualismo, propensão a riscos e egos grandes pode levar a reuniões clássicas falhas, decisões ministras erradas, medidas misteriosas e cortes de gastos estruturais.
Apesar da confusão, o governo Lula está pronta para apresentar o pacote de corte de gastos. A equipe econômica de Lula trabalhou incansavelmente para concluir os detalhes do acordo. A última reunião de sexta-feira foi crucial para encerrar as discussões e definir os rumos do pacote.
O executivo brasileiro está ansioso para apresentar o plano aos congressistas e garantir o apoio necessário para implementá-lo. O poder-executivo terá que negociar com os partidos para garantir a aprovação do pacote e evitar o impasse. Lula e sua equipe estão dispostos a fazer o necessário para viabilizar o plano. O presidente está comprometido em encontrar soluções para os desafios econômicos do país, e o pacote de corte de gastos é um passo fundamental nesse processo. A aprovação do pacote também dependerá da capacidade do governo em negociar com os partidos e apresentar propostas atraentes.
Cronistas em Ação: Desvendando o Governo
Talvez tenha havido até mais de uma última reunião, da qual – a única certeza – algum ministro da Executiva saiu declarando que na pasta dele ninguém mexeria, afirmando que o Governo não faria mudanças. Processo clássico de desidratação do pacotão de medidas misterioso, conforme estimulado pelo presidente do Poder Executivo.
Marinho, Lupi, Dias: cada um a seu modo se antecipando para expor Haddad e promover Lula. Que – destacam – continuaria sendo Lula. E, sendo Lula, jamais desvincularia as despesas previdenciárias da forma de aumento do salário mínimo. Não estarão errados o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o do Planejamento, Simone Tebet, ao não concluir que Lula, sendo Lula, executaria o corte de gastos estruturais.
Foram eles que prometeram, na campanha eleitoral, corte de gastos estruturais para animar o arcabouço natimorto muito louco fiscal, projetando até montante – algo entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões. E então se puseram a correr, no improviso, para ter o que apresentar. Foram eles os especuladores originais da Executiva.
Governo sob Pressão
As mensagens-respostas à especulação que difundiram estão todas postas, posta a falta de credibilidade. Já não basta prometer. Nem anunciar qualquer coisa. Nem fazer volume somente. O corte – se quiserem bom humor – precisa derivar de alguma reforma de estrutura. Não terão sobrado muitas opções dessa natureza.
Este é o Governo pente-fino, o Governo de Lula. E Lula é Lula. Marinho, Lupi, Dias, Rui Costa, Haddad e Tebet são todos Lula. Lula cozinha. Assim exerce o poder. E natureza é natureza.
Com o que as urnas trouxeram em 2024, aqui e lá fora, será mais fácil imaginar corte de gastos a valer – desvincular o crescimento dos pisos de saúde e educação do movimento da arrecadação, por exemplo – ou remanejamentos-puxadinhos para abrir espaço fiscal e tentar empurrar a bagaça até 26? (Se será possível enrolar, aí é outra história.)
Foi uma semana de reuniões, semana de boicotes e interdições. Isso no mundo real. No da fantasia, tivemos o ministro da Fazenda falando em ‘consenso em torno de um princípio’ e anunciando seguidos dias seguintes. Amanhã que ainda não chegou.
Segundo o Haddad de quarta-feira, ‘faltariam coisas realmente muito singelas para decidir’ na quinta. Foi-se a quinta. Autorizado o cronista a concluir que, não tendo sido tão simples a vida na sexta, o Governo pente-fino não terá ainda conseguido reunir piolhos graúdos capazes de somar bilhões.
Fonte: @ Estadão
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