Redução de prazos para mulheres policiais civis e federais, agora três anos, até nova norma, em um contexto histórico que desafia o horizonte utópico e distópico de igualdade.
A esquerda brasileira enfrenta um desafio significativo, segundo o ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad (PT). Ele afirma que a falta de um projeto de futuro para a esquerda é um dos principais fatores que contribuem para o surgimento de movimentos e personagens da extrema direita no País. A esquerda precisa se reinventar e apresentar uma visão clara de futuro.
Segundo Haddad, a ausência de um sonho utópico que guie as pessoas pode levar a um horizonte distópico, onde a extrema direita pode se aproveitar da desilusão e do descontentamento. É preciso que a esquerda retome a liderança e apresente propostas concretas para o futuro do País. A esquerda precisa se mobilizar e criar um projeto de futuro que seja capaz de inspirar e mobilizar as pessoas, evitando que a extrema direita se aproveite da falta de direção e propósito.
A Esquerda e o Horizonte Utopico
A extrema direita é distópica, afirma Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. Ele avalia que o mundo está devendo a si mesmo horizontes emancipatórios, e que, enquanto isso ocorre, os palhaços tomam conta do picadeiro. Esses movimentos que assustam começam a surgir, e nos perguntamos: ‘De onde saiu essa pessoa? De onde saiu esse sujeito? Como é que essa pessoa tem 30% dos votos?’.
Haddad não se refere especificamente ao influenciador Pablo Marçal, que alcançou 28,4% dos votos válidos no primeiro turno em São Paulo, mas sim ao contexto histórico em que isso se torna possível. Ele cita as redes sociais como propulsoras do surgimento de personagens como Marçal, comparando o fato de as pessoas ainda não dominarem e terem expertise para elaborar o uso desse novo meio de comunicação com o surgimento do rádio no século passado.
A Esquerda e a Extrema Direita
Sobre a possibilidade de o PT, por meio da candidatura de Guilherme Boulos e da vice Marta Suplicy, não sair vitorioso da eleição paulistana, Haddad afirma que ‘tinha muita esperança de que as coisas fossem andar bem’, considerando o resultado eleitoral de 2022 em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ele próprio, concorrendo a governador de São Paulo, venceram nas urnas da capital, bem como a uma perspectiva econômica melhor de dois anos para cá.
O ex-prefeito avalia que o fato de a cidade ter o maior orçamento de sua história, somado ao alto déficit produzido pela atual administração e ‘vistas grossas dos órgãos de controle para obras feitas sem licitação’ tornaram o cenário ‘fácil’ para o atual prefeito, Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, sem citá-lo nominalmente.
A Esquerda e o Futuro
Ainda sobre as eleições paulistanas, Haddad elogiou a deputada federal Tabata Amaral, qualificando-a como ‘ótima’ e afirmando que a candidata, que recebeu 9,91% dos votos válidos, declarou apoio a Boulos sem ‘negociar nada’. ‘Ela tem tido uma postura o tempo todo muito legal, muito interessante’, afirmou.
Questionado sobre Lula ser a liderança adequada para organizar o projeto de renovação que o ministro afirma que a esquerda precisa, Haddad diz que ‘as condições políticas, neste momento, indicam isso’. ‘O Lula é muito animado. Ele tem o direito, a prerrogativa, de buscar a reeleição. Mas não sei te antecipar. É muito difícil falar de outra pessoa’, afirmou. Haddad citou ainda os candidatos que estavam sendo ‘preparados’ por Lula para assumirem a sucessão do petista, como o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu em 2014, e a ex-presidente Dilma Rousseff. ‘Você não desenha a história.
Fonte: @ Estadão
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