Tapete dos salões da Câmara e do Senado gera carga estática devido à baixíssima umidade em Brasília, intensificada pela falta de chuvas, criando diferença de potencial entre a superfície metálica e o ambiente.
No Salão Azul do Senado Federal, uma mulher se reencontrou com uma velha amiga que não via há anos. A emoção era palpável, mas antes de se abraçarem, uma delas alertou sobre o risco de eletricidade estática. “Cuidado, estou carregada de eletricidade estática“, disse, enquanto a outra ria e se aproximava com cautela.
A amiga, que havia passado o dia sentada em uma cadeira de plástico, estava preocupada com a possibilidade de uma descarga elétrica ao tocar na outra pessoa. “Não quero dar um choque“, brincou, enquanto as duas mulheres se aproximavam lentamente, tentando evitar qualquer contato que pudesse gerar uma faísca. A precaução era necessária, pois a eletricidade estática pode ser uma surpresa desagradável em momentos inesperados.
Eletricidade Estática: O Fenômeno que Causa Choques em Brasília
Em meio ao clima seco de Brasília, um fenômeno físico tem causado incômodo e surpresa entre deputados, senadores e visitantes do Congresso Nacional. A eletricidade estática, resultado do acúmulo de cargas elétricas em superfícies ou materiais, tem sido responsável por choques e descargas elétricas ao tocar em pessoas ou objetos metálicos. O físico Aquilino Senra, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que a fricção entre dois objetos é a principal causa desse acúmulo de cargas elétricas.
A baixíssima umidade de Brasília, que não chove há mais de quatro meses, permite que o fenômeno ocorra com mais frequência em comparação a lugares úmidos. ‘O ar seco é um mau condutor de eletricidade, o que faz com que a carga acumulada no corpo não seja facilmente dissipada para o ambiente’, afirma Senra. ‘Assim, ao tocar outra pessoa ou um objeto metálico, a diferença de potencial elétrico entre o corpo e o outro objeto faz com que ocorra uma rápida descarga elétrica.’
Consequências da Eletricidade Estática
Os choques que as pessoas tomam nos salões Verde e Azul da Câmara e do Senado não têm relação com raios e trovões, mas sim com a eletricidade estática. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que a última chuva em Brasília ocorreu no dia 24 de abril. No dia 3 de setembro, o Distrito Federal registrou 7% de umidade relativa do ar, o índice mais baixo da história. Essa secura contribui para a ocorrência de choques e descargas elétricas, tornando a eletricidade estática um problema comum em Brasília.
Fonte: @ Estadão
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