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BRASÍLIA – Embora a Justiça Eleitoral tenha determinado a remoção de perfis de Pablo Marçal em redes sociais utilizados para fins de monetização, um grupo de contas anônimas continua a promover a imagem do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo e a desacreditar seus concorrentes com milhões de visualizações. Essa estratégia pode ser considerada uma forma de manipulação da opinião pública.
Além disso, a ação dessas contas anônimas pode ser vista como uma tentativa de influenciar a opinião dos eleitores em favor do candidato e prejudicar a imagem dos outros postulantes, como os concorrentes e aspirantes que disputam o cargo. A transparência é fundamental em processos eleitorais, e a Justiça Eleitoral deve tomar medidas para garantir a lisura do pleito. A credibilidade do processo eleitoral está em jogo.
Um Negócio Lucrativo ao Redor do Candidato
Enquanto o candidato Pablo Marçal (PRTB) se prepara para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, seus apoiadores estão lucrando com o compartilhamento de cortes de vídeos do ex-coach. Em 24 de agosto, uma decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo determinou a remoção de perfis de Marçal usados para monetização, atendendo a um pedido da campanha da candidata e deputada federal Tabata Amaral (PSB). A decisão foi motivada por indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na remuneração de usuários para produzir e divulgar conteúdo nas redes.
O Estadão, o Instituto Democracia em Xeque (DX) e a agência Bites identificaram contas de apoio a Marçal no YouTube, Instagram e TikTok que impulsionam a ofensiva do candidato na campanha e oferecem cursos de como outros usuários podem tirar proveito desse conteúdo. A análise de 50 perfis em cada uma dessas redes sociais mostra como esse ambiente de idolatria ao coach funciona. Procurada para comentar o assunto, a campanha do PRTB não respondeu.
Um Mercado de Rendimentos ao Redor do Candidato
O mercado de rendimentos por meio da imagem de Marçal se baseia em um tripé formado por campeonatos de cortes de vídeos no Discord (suspensos desde o começo da campanha eleitoral), monetização das plataformas digitais e vendas de cursos e produtos do ex-coach. Incentivados pelo próprio Marçal desde o ano passado com a promessa de ficarem ricos, usuários criam contas anônimas para publicar trechos de entrevistas, palestras e discursos do candidato. Entre 29 de agosto e 7 de setembro, o monitoramento do DX encontrou 1.186 vídeos publicados em cinco dezenas de perfis pró-Marçal no TikTok, tendo como alvo preferencial o candidato Guilherme Boulos (PSOL) — com Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) em menor evidência.
Comparando com as contas oficiais de campanha, esse número é três vezes maior que os vídeos publicados no TikTok pelas seis maiores contas oficiais de campanha das outras candidaturas. O levantamento indica que a produção de cortes relacionados a Pablo Marçal continua e tem como foco o conteúdo político-eleitoral, diz a pesquisadora Tatiana Dourado, doutora em comunicação e diretora no DX. Mas a produção desse conteúdo, que gerou 14,1 milhões de exibições e com uma média de 287 mil visualizações por publicação, se concentrou em poucos perfis. Três deles correspondiam a 44% dos posts, e seis deles a 74,5%, segundo o relatório.
Um Jogo de Interesses ao Redor do Candidato
O que me chama a atenção é que parece não ser tanta gente assim ganhando dinheiro com o Marçal. Tem muitos perfis enganados com a promessa dele de que daria para ganhar dinheiro, mas na prática esses perfis acabam ajudando Marçal eleitoralmente, diz André Eler, diretor da Bites. O Estadão mostrou que a comunidade Cortes do Marçal promoveu três campeonatos com R$ 125 mil em premiação desde que o ex-coach foi anunciado pré-candidato do PRTB, em abril. Mas agora, sem esses eventos, milhares de pessoas continuam se engajando em outros meios de tentar obter renda com o mesmo tipo de conteúdo. O candidato, o postulante, o concorrente e o aspirante a uma vaga na Prefeitura de São Paulo estão no centro desse jogo de interesses.
Fonte: @ Estadão
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