Plano Lula superaria picuinhas políticas com investigação, decisão da Procuradoria-Geral da República, intervenção militar em cenário de convulsão social, e possibilidade de prisão e detenções das semanas seguintes.
A prisão de Jair Bolsonaro pode ser vista como um capítulo mais do livro negro da história política do Brasil. Em 21 de abril de 2022, ele foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O processo, que envolveu outras 36 pessoas, foi baseado em evidências colhidas por meio de investigações e análises de documentos.
A ordem de prisão preventiva de Jair Bolsonaro ainda não foi emitida, no entanto, a medida pode ser solicitada em breve. Se julgado culpado, ele pode enfrentar uma condenação que leva a uma detenção que pode se tornar uma realidade em uma cadeia, onde ele teria que passar por um período determinado de tempo. É importante lembrar que a justiça deve ser imparcial e buscar a verdade, independentemente das circunstâncias.
Prisão: a possibilidade que agora paira sobre Bolsonaro
Até que a Procuradoria-Geral da República analise o relatório da Polícia Federal, não há sinais de que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro seja iminente. No entanto, a possibilidade de detenção é o cenário que mais preocupa o país, e Bolsonaro sabe disso. Em momento crítico da investigação, ele já havia mencionado a preocupação de ser preso, o que poderia levar a um cenário de caos social.
O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal, e agora, a decisão de apresentar denúncia cabe à Procuradoria-Geral da República. Se a denúncia for aprovada, o caso será levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que avaliará se há elementos suficientes para transformar Bolsonaro em réu. Depois disso, apenas com uma eventual condenação e sua subsequente detenção, podem passar muitos meses.
Antes disso, só se houver o entendimento de que ele está interferindo no processo ou se houver risco de fuga, entre outras razões que justificam, na lei, uma prisão preventiva. Até agora, não há indicações de que uma prisão de Bolsonaro seja iminente. Mas essa possibilidade está na cabeça de todos os brasileiros, e certamente, na de Bolsonaro, que já usou essa ameaça em momentos-chave das investigações nos últimos dois anos.
Em seu tempo, Bolsonaro sempre estivera preparado para difundir a ideia de que colocá-lo na cadeia levaria o País a um estado de convulsão social. Antes das eleições de 2022, ele recorria a um espectral espantalho contra uma eventual vitória de Lula: a ideia de que isso jogaria o País em uma guerra civil. Mal sabíamos que logo depois, supostamente, ele planejava que militares colocassem em prática um plano violento para impedir a troca de governo. A tal guerra civil não aconteceu, ainda que as mentiras de Bolsonaro a respeito da lisura do processo eleitoral tenham tido a capacidade de mobilizar bloqueios em estradas e acampamentos diante de quartéis, com pequenas multidões ansiosas por uma reviravolta armada.
Aliados de Bolsonaro as classificavam essas iniciativas como ‘manifestações pacíficas e democráticas’, mas o fato é que desembocaram no ato de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, com claro intuito de provocar uma intervenção militar que resultasse na deposição de Lula, recém-empossado. Em meio às detenções que ocorreram nas semanas seguintes ao fracassado levante golpista, falava-se também na possibilidade de Bolsonaro acabar preso. Seus apoiadores mais próximos passaram a pintar com tintas fortes um cenário de convulsão social generalizado no país, caso isso acontecesse. A quebradeira de 8 de janeiro seria brincadeira de criança perto do que poderia acontecer se Bolsonaro fosse parar atrás das grades.
O senador Flávio Bolsonaro chegou a dizer, em fevereiro de 2023, que a prisão de seu pai seria ‘burrice’ e que o transformaria em um ‘mártir’ da direita. Quase dois anos, dois indiciamentos (pelas suspeitas de fraude de cartão de vacinação e de venda de joias da Presidência) e duas condenações na Justiça Eleitoral depois, a probabilidade de que a prisão de Bolsonaro, se e quando ocorrer, resulte em uma guerra civil ou até mesmo em uma grande convulsão social é muito remota. É possível que ele consiga produzir imagens de milhares de apoiadores indo às ruas em protesto ou carregando-o nos braços antes de se entregar à prisão.
Fonte: @ Estadão
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