Tribunal de Justiça suspende magistrado acusado pelo MP goiano de envolvimento em esquema, junto a mais 18 pessoas, na Operação Dura Lex.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, na última terça-feira, 11, conceder uma liminar que suspende as investigações contra o juiz Adenito Francisco Mariano Júnior, acusado de envolvimento em um esquema de venda de sentenças judiciais em Silvânia, cidade localizada a 84 km de Goiânia (GO). Essa decisão foi tomada pelo ministro Messoud Azulay Neto, que acatou o pedido da defesa, a qual alegou que o inquérito violou o foro por prerrogativa de função do magistrado por ter sido instaurado sem supervisão do Órgão Especial da Corte.
A defesa do juiz Adenito Francisco Mariano Júnior argumentou que o inquérito não seguiu os trâmites legais, uma vez que um juiz de primeira instância não pode ser investigado sem a supervisão do Órgão Especial da Corte. O ministro Messoud Azulay Neto concordou com essa argumentação e decidiu suspender as investigações até que o caso seja julgado pelo Órgão Especial. A decisão é um importante precedente para a garantia da independência do judiciário. Além disso, a suspensão das investigações é um passo importante para a proteção dos direitos do juiz.
Investigação contra magistrado é suspensa até julgamento de habeas corpus
As investigações contra o juiz de Goiás, Mariano, ficam suspensas até o julgamento do habeas corpus, determinou o Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com a Constituição Federal e as leis de Goiás, apenas o Órgão Especial do Tribunal de Justiça tem competência para processar e julgar magistrados de primeira instância. No entanto, no caso de Mariano, a Corregedoria-Geral de Justiça exercia essa função, o que motivou o questionamento da defesa.
O juiz é investigado na Operação Dura Lex Sed Lex, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) em conjunto com a Polícia Civil, em agosto. A operação apontou o suposto envolvimento do juiz e de outras 18 pessoas no alegado esquema de venda de sentenças. Segundo a denúncia do MP, houve uma ‘migração estratégica’ na distribuição de processos, acompanhando as transferências do juiz para garantir que ele julgasse casos ligados ao esquema criminoso.
Advogados supostamente envolvidos no esquema teriam fraudado documentos para direcionar processos às comarcas onde Mariano atuava, possibilitando que o magistrado concedesse liminares favoráveis em troca de dinheiro. A defesa de Mariano afirma que o juiz não tem preocupações quanto à investigação e que nunca houve práticas irregulares em suas ações. Os advogados também dizem que as ações do magistrado ‘foram pautadas com retidão, altivez e coragem em defender suas convicções’.
Defesa do juiz questiona competência da Corregedoria-Geral de Justiça
A defesa de Mariano questiona a competência da Corregedoria-Geral de Justiça para processar e julgar o juiz, argumentando que apenas o Órgão Especial do Tribunal de Justiça tem essa competência. O STJ determinou a suspensão das investigações até o julgamento do habeas corpus, o que pode afetar o andamento da Operação Dura Lex Sed Lex.
O caso de Mariano é um exemplo de como a Justiça pode ser influenciada por interesses pessoais e políticos. A investigação aponta para um esquema de venda de sentenças, o que é um grave atentado à integridade do sistema judiciário. A defesa do juiz afirma que ele é inocente e que as ações foram pautadas com retidão e coragem, mas a suspensão das investigações pode ser vista como uma vitória para a defesa.
A Operação Dura Lex Sed Lex é um exemplo de como a Justiça pode ser eficaz em combater a corrupção e a impunidade. A investigação foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás em conjunto com a Polícia Civil, e apontou para um esquema de venda de sentenças que envolveu o juiz e outras 18 pessoas. A suspensão das investigações pode ser um obstáculo para a Justiça, mas a defesa do juiz afirma que ele é inocente e que as ações foram pautadas com retidão e coragem.
Fonte: @ Estadão
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