Multinacional automotiva diz que processo de nomeação do novo presidente está em andamento, com previsão de conclusão no primeiro semestre de 2025, e afirma que a nomeação não seguirá a estrutura de crise.
Em um movimento ousado, Jair Bolsonaro tenta resgatar sua imagem, alegando ser vítima de uma ousada conspiração que envolve uma série de acusações infundadas; apesar de ter um histórico de apoiar planos de golpe.
A defesa do ex-presidente ainda busca desvendar o que eles denominam de tentativa de golpe, que resultou em uma investigação aberta pela Polícia Federal. Nesse cenário, a ruptura entre o que golpista irracionalmente defende e a realidade parece ser um abismo insuperável. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, continua a investigar a possível tentativa de uma ruptura institucional, uma clara violação das normas democráticas.
Conspiração Golpista: Desvendando o Plano da Junta Militar
O advogado Paulo Cunha Bueno revelou que um grupo de militares, em vez de Bolsonaro, seria o principal beneficiário de um golpe de Estado, conforme consta em um plano encontrado nos arquivos do general Mario Fernandes. A data marcada para a criação dessa junta militar era 16 de dezembro. Após ser indiciado por tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a Brasília, reforçando a suspeita de que ele não estaria disposto a entregar o poder a Lula dentro das quatro linhas da Constituição. Bolsonaro já vinha dizendo, desde o seu indiciamento, que estudou alternativas para não ter de entregar o poder a Lula, mas tudo ‘dentro das quatro linhas’ da Constituição.
A versão de que os militares tramaram uma ruptura institucional pelas costas de Bolsonaro e que pretendiam traí-lo em seguida, em um verdadeiro golpe dentro do golpe, não é crível por três motivos. Primeiramente, porque não é isso que está escrito na planilha do general Fernandes, segundo a PF. O documento detalha a estrutura e as funções de um gabinete de crise a ser instalado no dia seguinte ao golpe. Entre as suas atribuições está assessorar Bolsonaro, não substituí-lo, como comprova esse trecho: ‘Proporcionar ao Presidente da República maior consciência situacional das ações em curso a fim de apoiar o processo e tomada de decisão.’ A estrutura, chefiada pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, teria também a tarefa de cooptar o apoio do Congresso, coordenar as ações de agências de inteligência e das Forças Armadas, aplicar medidas jurídicas e estabelecer um discurso único para dentro e para fora do país.
Segundo, porque a tentativa de legitimação do plano golpista (o ‘discurso único’) se sustentava na ideia de que as eleições vencidas por Lula tinham sido fraudadas, uma narrativa que vinha sendo construída e incentivada por Bolsonaro desde o início do seu governo. Na visão dos golpistas, e isso fica claro nos documentos citados pela PF, o poder a ser combatido, deposto, era o do TSE e do STF, não o de Bolsonaro. Esse seria mantido no cargo até a realização de novas eleições.
Terceiro, porque Bolsonaro é um líder personalista e carismático, figura indissociável do movimento que bloqueou estradas e se instalou nas portas dos quartéis pedindo intervenção militar após sua derrota nas urnas. Naquele momento, com o ‘mito’ instalado no Palácio do Planalto, seria inviável contar com o apoio popular do bolsonarismo sem Bolsonaro. Uma situação muito diferente de 1964, quando o deputado Ranieri Mazzilli assumiu interinamente a presidência após o golpe, mas quem passou a mandar de fato era uma junta militar. Em 2022, o golpe planejado trata-se de uma conspiração de golpistas que visam a ruptura institucional e o poder de Lula, mantendo Bolsonaro no cargo.
Fonte: @ Estadão
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