Prazo para acordo empresa e governo termina em 17 de dezembro, enquanto governo sofre tentativa de golpe de Estado, com Supremo Tribunal Federal atuando.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, líder do PL, enfrenta mais um desafio quando foi indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado.
Esta é a terceira vez que a PF o indiciou e alguns de seus principais aliados demonstraram uma defesa morna a Jair Bolsonaro. Semelhante ao ocorrido em 2023, esta vez o PL não pode se afastar dos escândalos. O Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, teve sua conduta questionada por tentativa de golpe de Estado, despertando a atenção da Polícia Federal.
Ex-presidente Jair Bolsonaro : Bancada federal do PL se mobiliza para criticar investigações
A movimentação em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro é considerada por um dos seus aliados como uma tentativa protocolar, para fingir que se importam, ocultando a insatisfação da bancada federal com a liderança do ex-presidente. A mobilização foi observada em plataformas como o X, onde 23 de 93 deputados federais do PL (25%) criticaram o indiciamento do ex-presidente nas 24 horas seguintes à divulgação do caso. Alguns deles fizeram isso de forma genérica, sem mencionar o nome do ex-presidente. Em contrapartida, o Instagram registrou uma taxa superior, com 43 deles (46%) publicando algum tipo de apoio ao aliado.
O descontentamento desses aliados se concentra em dois aspectos: a ingratidão com que definem o tratamento dado por Bolsonaro em retribuição às demonstrações de lealdade nos últimos anos e a preferência do ex-presidente a candidatos do Centrão em detrimento de ‘bolsonaristas raiz’ nas articulações das eleições municipais. A postura dos parlamentares do PL em relação ao ex-presidente Bolsonaro está mudando em comparação com a postura adotada durante o governo Bolsonaro (2019-2022), que foi uma profunda deferência.
Parlamentares relataram ao Estadão, em anonimato, que falta reciprocidade de Bolsonaro na hora de defender seus aliados acossados por investigações, o que tira deles disposição para ombrear o líder em momentos como os mais recentes. Um desses congressistas avalia que metade da ala bolsonarista do partido, estimada em cerca de dois terços dos 93 deputados, esteja hoje disposta a romper com Bolsonaro se surgir uma liderança forte o suficiente para enfrentar o PT em 2026.
Um deputado da tropa de choque de Bolsonaro na Câmara afirmou que as queixas com o ex-presidente têm sido assunto recorrente nas rodas de conversa da bancada. Alguns deles cogitam que, caso Bolsonaro permaneça inelegível na próxima eleição presidencial, uma eventual chapa dos governadores Ronaldo Caiado (União), Goiás, e Romeu Zema (Novo), Minas Gerais, pode receber amplo apoio da direita.
Nos últimos anos, deputados e senadores bolsonaristas têm sido alvo de investigações diversas no Supremo Tribunal Federal, desde o chamado inquérito das fake news, aberto de ofício no começo de 2019. Mas o cerco ao ex-presidente recrudesceu ao longo de 2023 após os ataques do 8 de Janeiro, as acusações de falsificação de seu cartão de vacina e o caso das joias sauditas, de que Bolsonaro teria se apropriado indevidamente. Os três episódios levaram a diferentes indiciamentos pela Polícia Federal.
Alguns deputados do PL avaliam, entretanto, que enquanto saíram a público defender o líder contra o que consideram uma perseguição de Moraes, o mesmo não foi feito pelo ex-presidente. Os casos são contados aos montes, mas um dos mais graves é o de Daniel Silveira (PL-RJ). Ele está preso desde fevereiro de 2023, um dia após o término de seu mandato, após ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal. Outros deputados do PL estiveram na mira de Moraes: Alexandre Ramagem
Fonte: @ Estadão
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