Ricardo Nunes (MDB) lidera com 25 mil votos de vantagem sobre Guilherme Boulos (PSOL) em um cenário eleitoral semelhante ao histórico municipal, com máquina do governo estadual em ação no horário.
No cenário atual da política paulistana, a eleição para prefeito parece ter um favorito claro: Ricardo Nunes (MDB). Com base nos dados históricos, desde 1992, todos os candidatos que lideraram o primeiro turno na capital paulista conquistaram a vitória no segundo turno, com apenas uma exceção notável: Fernando Haddad (PT), em 2012, que perdeu a disputa para José Serra (PSDB).
A eleição em São Paulo é considerada uma das mais importantes do país, e a votação dos paulistanos pode ser um indicador do cenário político nacional. Nesse sentido, a disputa pelo cargo de prefeito é intensa, e os candidatos estão fazendo de tudo para conquistar a confiança dos eleitores. No entanto, se o histórico se repetir, Ricardo Nunes pode se tornar o próximo prefeito reeleito da cidade. A campanha está em andamento e o resultado do pleito ainda é incerto.
A Importância de Largar na Frente nas Eleições
O retrospecto das eleições municipais em São Paulo reforça a importância de largar na frente no primeiro turno, tornando as reviravoltas no segundo turno um acontecimento raro. Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) estão disputando a Prefeitura de São Paulo, e a máquina municipal e o apoio do governo estadual podem ser fatores decisivos.
Nunes terminou o primeiro turno na frente, mas com uma margem apertada: apenas 25.012 votos à frente de Boulos. O influenciador Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar, também terminou próximo, a apenas 81 mil votos de distância do emedebista. Com exceção de Haddad, todas as disputas pela Prefeitura de São Paulo nas últimas três décadas seguiram o mesmo roteiro: quem largou na frente no 1º turno manteve a vantagem e venceu no 2º.
O Cenário Atual e o Histórico das Eleições
Em 2008, em um cenário semelhante ao deste ano, Gilberto Kassab (então no DEM) e Marta Suplicy (PT) — hoje vice de Boulos — encerraram o primeiro turno colados: 33,61% dos votos válidos para Kassab e 32,79% para Marta. Da mesma forma que Nunes, Kassab disputava a reeleição no cargo e tinha o apoio do então governador José Serra (PSDB). Hoje, Nunes conta com Tarcísio de Freitas (Republicanos) como seu principal fiador.
Marta, a exemplo de Boulos, recebia o respaldo do presidente Lula, que à época gozava de alta popularidade. Antecessor de Nunes, o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB) também largou na frente, com 32,85% no primeiro turno, contra 20,24% de Boulos. No segundo turno, Covas ampliou a vantagem e garantiu a vitória com 59,38% dos votos válidos.
A Exceção de Haddad e o Desafio de Boulos
Fernando Haddad foi o único candidato que chegou ao segundo turno em desvantagem e conseguiu reverter o cenário, saindo vitorioso. Tendo o presidente Lula como seu principal cabo eleitoral, o petista começou a disputa pouco conhecido pelo eleitorado paulistano, mas conquistou visibilidade e cresceu nas pesquisas ao longo da campanha, impulsionado pelo amplo tempo no horário eleitoral.
Haddad terminou o primeiro turno com 28,98%, pouco atrás de José Serra (PSDB), que havia alcançado 30,75%. No segundo turno, conseguiu virar o jogo e abriu vantagem, vencendo com 55,57% dos votos válidos, enquanto o tucano ficou com 44,43%. No entanto, a disputa tende a ser mais complicada para Guilherme Boulos do que para Ricardo Nunes no segundo turno — e não é só por conta do histórico de quem lidera no primeiro turno. Nunes entra com o apoio das máquinas municipal e estadual, além de uma rejeição mais baixa: 25% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum, contra 38% que rejeitam Boulos.
Fonte: @ Estadão
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