Uso de fundos em eleições municipais é visto com ressalvas por economistas, que apontam perda de potência das regras fiscais e efeitos na inflação, enquanto BNDES defende aportes em áreas essenciais.
O Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta um desafio significativo nas próximas eleições municipais, correndo o risco de repetir a pior performance da história do partido desde a redemocratização, alcançada em 2020. Nesse cenário, a sigla pode novamente não eleger nenhum prefeito nas 26 capitais estaduais do País.
De acordo com os dados da última rodada de pesquisas Quaest, o PT tem potencial de ir para o segundo turno em quatro capitais — Goiânia, Teresina, Fortaleza e Porto Alegre. Essas votações podem ser decisivas para o futuro do partido, que busca se recuperar de resultados desfavoráveis em disputas eleitorais anteriores. A eleição municipal é um momento crucial para o PT, que precisa demonstrar sua força e capacidade de conquistar pleitos importantes em todo o país. A batalha será intensa.
Eleições Municipais: Desafios para o PT e PSDB
As intenções de voto revelam um cenário desafiador para o PT em várias capitais brasileiras. Embora o presidente Lula tenha retornado ao poder, o antipetismo continua forte e resiliente, dificultando o avanço do partido sobre o eleitorado que votou em Bolsonaro em 2022, segundo o cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília. Lula tem sido cobrado para participar mais ativamente das campanhas de petistas pelo Brasil.
O PT teve sua melhor performance em eleições municipais em 2004, quando venceu em nove capitais. No entanto, desde então, os números têm caído: seis em 2008, quatro em 2012, uma em 2016 e zero em 2020. Em Goiânia, a deputada federal Adriana Accorsi perde para Sandro Mabel, do União (50% ante 35%); em Teresina, o deputado estadual Fábio Novo fica atrás de Silvio Mendes (União), no resultado mais parelho (49% ante 44%); em Fortaleza, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão, ainda está distante de Capitão Wagner, também do União, (49% ante 35%) e em Porto Alegre, Maria do Rosário sofre um revés para o atual prefeito Sebastião Melo, do MDB.
Eleições: Desempenho do PT e PSDB
Candidatos e dirigentes do PT cobram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por maior participação em campanhas nas eleições municipais. Desde que a propaganda eleitoral foi liberada, em 16 de agosto, o petista só dedicou um dia a promover aliados presencialmente. O PSDB é outro tradicional partido que pode acabar ficando sem nenhuma prefeitura em capital. Até o momento, Beto Pereira, em Campo Grande, tem a única candidatura competitiva.
A análise do cientista político aponta um cenário favorável para o União Brasil. Hoje, o partido controla apenas Salvador, mas lidera nas pesquisas em Salvador e em outras seis capitais (Porto Velho, Goiânia, Campo Grande, Teresina, Cuiabá e Fortaleza) e tem candidaturas competitivas em Natal, Aracaju e Manaus. As votações e disputas eleitorais estão se tornando cada vez mais competitivas, e os pleitos municipais estão sendo vistos como um teste para as eleições futuras. As pesquisas, como a Quaest, estão sendo utilizadas para entender melhor as intenções de voto e as tendências eleitorais.
Fonte: @ Estadão
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