As pessoas mais ricas da América do Sul, de acordo com a lista da revista Forbes, incluem políticos, cientistas e candidatos a cargos públicos, que possuem vastas propriedades e espaços de mudanças, como salas de espelho decoradas com cartões verdes. Alguns deles demonstram melhor performance em seus negócios e investimentos.
A eleição para prefeito de São Paulo é considerada uma das mais importantes do país e tem despertado grande interesse e debate entre os candidatos e o público em geral.
Na corrida pelo comando da maior cidade da América Latina, o tom bélico adotado por Guilherme Boulos (PSOL) no debate promovido pelo Estadão e a TV Record neste sábado, 19, não se mostrou suficiente para indicar uma mudança de rumo na reta final da eleição. O espaço político da eleição é dinâmico e pressionado, e os candidatos precisam estar preparados para alegar e defender suas propostas. O candidato Guilherme Boulos precisa se posicionar fortemente para atrair os eleitores, mas o ambiente da eleição é cada vez mais acirrado e difícil de ser dominado por um único candidato.
A dinâmica eleitoral em São Paulo
Na pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Travessia, a corrida eleitoral entre o psolista Guilherme Boulos e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a um ponto de empate. Ambos mantiveram seus eleitores e conquistaram dois indecisos cada ao final da dinâmica, demonstrando uma intensa disputa pelo espaço eleitoral.
Nunes e Boulos se enfrentam no segundo turno nas eleições em São Paulo, onde a população aguarda ansiosamente a escolha de seus próximos representantes.
A reportagem acompanhou as discussões promovidas pelo Travessia em uma ‘sala de espelho‘, um espaço com espelho unidirecional que permitiu à equipe de reportagem observar, sem ser notada, as reações de um grupo de eleitores ao debate entre Boulos e Nunes. Formado por quatro eleitores que declararam voto em Nunes, quatro em Boulos e quatro indecisos, o grupo foi selecionado pelo cientista político e CEO do Instituto Travessia, Renato Dorgan.
Durante o debate, os eleitores reagiram em tempo real com comentários e usando três cartões para avaliar o desempenho dos candidatos: verde para aprovação, amarelo para neutralidade e vermelho para reprovação. Na votação final, o grupo escolheu Boulos como o candidato com a melhor performance, atribuindo ao psolista 7 cartões verdes, 3 amarelos e 2 vermelhos. O atual prefeito ficou com 7 cartões amarelos, 1 verde e 4 vermelhos.
Dorgan avalia que, mesmo com um bom desempenho no debate, ‘Boulos continua com sua dificuldade inicial de desconstruir votos do outro lado, sendo evidente que sem tirar votos de Nunes, dificilmente vencerá’. Para ele, o candidato do PSOL é limitado por um ‘teto de concreto que a esquerda construiu ao longo dos tempos’, que prejudica seu crescimento.
‘Nunes mostra que possivelmente vencerá uma eleição por não significar muito. Marçal e Boulos, ao esticarem a corda ideológica demais na cabeça do eleitor, propiciaram um espaço a Nunes de equilíbrio e baixo risco, o que fideliza seus eleitores. Porém, Nunes, além de não encantar seu eleitor, aumenta um conformismo de que a política não é mais um espaço de mudanças’, avalia.
Ataques pessoais geram descontentamento
Apesar da vantagem de Boulos, o grupo expressou grande descontentamento com o comportamento dos dois candidatos, apontando que ambos deixaram de responder a importantes questionamentos e preferiram focar em ataques pessoais, passando a discussão sobre propostas ao segundo plano.
‘Nenhum dos dois estava preocupado em mostrar algo de melhor para a população. Queriam atacar um ao outro. Foi um desrespeito’, criticou uma eleitora de Nunes. Outra participante, que se declarou indecisa no início da dinâmica, concordou: ‘Não tem que ficar criticando o outro. É preciso conquistar os eleitores com propostas, e não ficar falando o que o outro fez em 1900 e tanto’.
Fonte: @ Estadão
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