Guerra sempre próxima, com guerras particulares e muitas outras no tabuleiro, esperando sua vez, com ordem remota, inteligência artificial, bombas atômicas e líderes autoritários.
A guerra é um fenômeno complexo que afeta a sociedade de maneira profunda. As palavras e seus sentidos estão sempre sendo redefinidos, e a guerra é um exemplo disso. Quem é o agressor, quem é o defensor, os papéis se alternam de forma exponencial em um cenário de conflito. Esses dias se alteraram de forma mais clara ainda, e também os perigos de morte. Suas formas são cada vez mais variadas e imprevisíveis.
No contexto da guerra, a luta é uma realidade constante. A batalha é travada em diferentes frentes, e o combate é uma parte integrante da vida diária. Acrescente a isso as balas perdidas, acidentes, estar na hora errada no lugar errado, e você tem um cenário de caos e destruição. A guerra é um ciclo vicioso que parece não ter fim, e é preciso encontrar uma saída para esse labirinto de violência e medo. A paz é um sonho distante, mas é preciso lutar por ela. A esperança é a chave para um futuro melhor.
A Nova Face da Guerra
A ameaça não é mais apenas de terroristas suicidas com bombas presas ao corpo, prontos para encontrar seu destino. Agora, são dispositivos digitais perigosos que podem ser detonados remotamente por inimigos sem escrúpulos, sem se importar com as vidas ao redor. Uma simples ordem, um clique, e o caos se espalha. Lembra-se do temido botão vermelho, do telefone vermelho ou da pasta que o líder mais poderoso do mundo carrega consigo, pronta para dar uma ordem fatal em caso de ameaça? Na imaginação, havia um estrondo ensurdecedor, uma bomba atômica explodindo. Mas, na realidade, ninguém sabe mais qual é a ordem que pode desencadear tal destruição. De qual inteligência virá, se artificial, humana ou uma combinação das duas?
A morte agora é um fantasma que se disfarça, usando a tecnologia para o mal. Os fantasmas invisíveis se multiplicam, pequenos e espalhados, e ninguém pode garantir onde estão ou como estão escondidos. Podem estar escondidos em letras impressas nas redes sociais. Em ordens vindas de autoproclamados líderes, autoridades, poderosos dirigentes de nações, milícias, chefes de organizações criminosas, hackers, disseminadores de mentiras e fabricantes de realidades inexistentes que buscam seguidores, até nos aplicativos de relacionamento.
A Guerra Contra a Natureza
A natureza também se rebela e nos declara guerra, com o ar dos ventos e furacões, o fogo das queimadas, a água das inundações ou da sua ausência, e a terra que treme, balançando e abrindo brechas. É uma guerra feia, pois nenhuma guerra pode ser bonita. Em todas as guerras, inocentes são dizimados, e a justiça muda seu sentido como um camaleão. Não se consegue discernir onde está a razão, pois os motivos se embaralham com a parcialidade, seja religiosa, política, busca de mostrar força, disseminação de ditaduras, controle, poder financeiro ou imposição do medo.
Quem apoia quem? Quem se dói se outro é atacado? Como podemos viver tranquilos, mesmo que longe dos bombardeios diários que sabemos ao longe, mas no mesmo planeta? Ou mais perto, sabendo que em um país vizinho centenas de pessoas são mantidas em cárcere e torturadas sob um silêncio inquietante de ‘democratas’? Que nas casas e em nossas ruas mulheres são perseguidas e mortas por quem alega amar demais, ter posse de suas vidas. Não há mais primavera árabe. Ali, a guerra corre solta, agora. Risca os céus. Explode nas mãos de quem porta equipamentos que podem estar dirigidos à distância. Hoje, amanhã e depois, sabe-se lá até quando. Até a mais linda das estações chega transtornada com as emergências climáticas que mudam.
Fonte: @ Estadão
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