Valores não reclamados em contas bancárias após 16 de outubro podem ser incorporados pelo Tesouro Nacional, medida que pode gerar debate sobre ordem urbana e lei federal.
O primeiro debate do segundo turno na eleição de São Paulo, realizado pela Band na segunda-feira, 14, foi marcado por um intenso debate sobre o apagão enfrentado pelos paulistanos nos últimos dias. Os candidatos tiveram a oportunidade de discutir as causas e consequências desse problema e apresentar suas propostas para resolver a questão.
O debate se transformou em uma acalorada discussão quando os candidatos começaram a apresentar suas visões sobre a gestão da energia elétrica na cidade. O confronto entre as opiniões dos candidatos foi intenso, com cada um tentando convencer o público de que sua proposta era a mais viável. No entanto, o embate entre as ideias não foi suficiente para esclarecer completamente as dúvidas dos eleitores, deixando muitas questões em aberto. A falta de clareza nas propostas foi um dos principais pontos de crítica dos candidatos rivais.
Debate Cordial entre Candidatos à Prefeitura de São Paulo
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o candidato Guilherme Boulos (PSOL) participaram de um debate cordial e respeitoso, diferente dos tensos embates do primeiro turno. Durante a discussão, Nunes buscou responsabilizar o governo federal pela ausência de medidas mais duras contra a Enel, concessionária de energia elétrica, enquanto Boulos criticou a demora da gestão do emedebista em adotar medidas para restabelecer a ordem urbana.
Boulos questionou a falta de ação de Nunes em relação à poda de árvores e a culpa atribuída ao governo federal. ‘Você não faz poda de árvore e a culpa é do Lula? Nunca o problema é seu, a responsabilidade é sua. Você devia ter mais humildade e assumir sua responsabilidade. Você errou e não fez o elementar’, disse Boulos.
Nunes respondeu que pediu a extinção do contrato com a Enel desde o ano passado, mas que está escrito no contrato que só o governo federal pode fazer isso. ‘Você precisa explicar por que você, como deputado federal, sequer fez alguma sugestão de mudar a lei federal’, acrescentou o prefeito.
Confronto sobre Experiência e Posições Políticas
Durante o debate, Nunes buscou pintar Boulos como alguém sem experiência de gestão e com posições extremistas, como a descriminalização das drogas e a desmilitarização da polícia. Boulos, por sua vez, insistiu em mencionar a Máfia das Creches, esquema de desvio de recursos públicos no qual Nunes é investigado.
Boulos pediu repetidamente que o prefeito se comprometa a quebrar o próprio sigilo bancário e se colocou como a mudança em relação a uma gestão que vê como problemática. Nunes se defendeu dizendo que nunca foi condenado e que não é indiciado no caso.
Avaliação do Debate
Após o debate, Nunes disse que apesar de ‘algumas mentiras’ e ‘agressões’ o debate foi positivo. ‘Eu tive a oportunidade de poder falar, de demonstrar a experiência e o conhecimento, não imaginava que o Boulos fosse tão despreparado’, afirmou.
Nunes também falou sobre o momento em que os dois se abraçaram no palco, dizendo que foi uma tentativa de Boulos de intimidá-lo. ‘Eu vim do Parque Santo do Sul, né gente, então não vai intimidar não’, afirmou.
Questionado se não estaria se baseando demais nas últimas pesquisas eleitorais, Nunes afirmou que ‘uma rejeição acima de 50% é algo que é difícil a gente ver’, justificando o comentário feito durante o confronto sobre Boulos estar com ‘medo’.
Apesar dos embates, Nunes classificou o debate como ‘bacana’ e afirmou ter sido importante para a democracia, comparando o evento com os debates para o primeiro turno. ‘A gente faz sempre uma comparação com os outros, né, como os outros foram muito complicados, muito tumultuados, esse aqui a gente conseguiu avançar bastante’, avaliou.
Fonte: @ Estadão
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