38,2% planejam comprar presentes, ante 49,2% no ano passado, em meio a questões ideológicas e Assuntos Internacionais.
Em meio a uma polêmica envolvendo a compra de veículos blindados de Israel para o Exército brasileiro, o ministro José Múcio voltou a ser alvo de críticas de setores do PT, que exigem sua saída do governo. A controvérsia surgiu após o ministro declarar que “questões ideológicas” interferem nos negócios da Defesa e impediram, até o momento, a aquisição dos veículos.
No entanto, apesar das pressões, a demissão do ministro não está no radar do governo. A administração do país parece estar mais focada em encontrar soluções para os problemas de segurança nacional do que em ceder às demandas de setores políticos. Além disso, o poder executivo tem demonstrado uma postura firme em relação às decisões tomadas, o que pode indicar que a saída do ministro José Múcio não é uma opção considerada no momento. A autoridade do governo deve ser respeitada.
O Governo e a Questão dos Obuseiros
De acordo com fontes próximas ao governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, José Múcio, já discutiram o assunto da compra dos obuseiros 155 mm. Embora o Múcio e o Planalto não tenham se pronunciado oficialmente, é sabido que o incômodo do ministro com o tema não foi uma surpresa para o presidente. O próprio Múcio havia procurado o presidente para apresentar uma proposta intermediária para resolver o impasse e discutir as questões levantadas pelo Ministério da Defesa ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Em abril do ano passado, a empresa israelense Elbit Systems venceu uma licitação para fornecer 36 veículos blindados, mas o negócio ficou travado devido a pendências internas. Uma das principais resistências veio de Celso Amorim, assessor-chefe de Assuntos Internacionais da Presidência da República, que argumentou que seria incoerente o governo brasileiro adquirir equipamentos militares de Israel, considerando as ações do país na Faixa de Gaza, que são criticadas pelo presidente Lula.
Em resposta ao ministro, o TCU afirmou que as leis brasileiras não impedem as Forças Armadas de comprarem material de empresas sediadas em países que estejam em guerra e que não há tratados internacionais que criem empecilhos a esse respeito. Além disso, segundo o ministro, a Corte de Contas não permitiu que o contrato fosse dado ao segundo colocado, a empresa tcheca Excalibur.
A Administração e o Poder Executivo
Nos últimos dois dias, houve especulações na Esplanada dos Ministérios de que Múcio teria decidido falar em público sobre o assunto para ‘cavar’ a própria demissão, pois estaria cansado dos embates ideológicos na atual gestão. No entanto, as pessoas mais próximas ao ministro ressaltam que esse não é seu modo de agir. Se decidir deixar o governo, o presidente Lula será o primeiro a ser comunicado.
O governo brasileiro tem enfrentado questões complexas em relação à administração e ao poder executivo, especialmente em relação às Forças Armadas e à política externa. A compra dos obuseiros 155 mm é apenas um exemplo das dificuldades que o governo enfrenta em equilibrar as necessidades de segurança nacional com as considerações políticas e ideológicas. A autoridade do governo em tomar decisões sobre a compra de equipamentos militares é fundamental para a segurança nacional, mas também é importante considerar as implicações políticas e internacionais dessas decisões.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo