Em Camaçari (BA), cerca de 500 trabalhadores orientais trabalham nas obras da BYD. Em Iracemápolis (SP), a GWM operará com cerca de 80 funcionários, onde a promoção é por merecimento, com foco em policiamento territorial, patrulhamento ostensivo e ação da PM em crise.
As decisões tomadas pela corporação na promoção de novos capitães da Polícia Militar de São Paulo, que optou por oficiais que não atuam diretamente nas ruas, têm gerado mais questionamentos sobre a crise da corporação. Essa escolha parece se alinhar com a crise da polícia militar, que já enfrenta desafios significativos em termos de eficácia e confiança da sociedade.
Crise na Corporação: Desmotivação em Toda a Linha
A promoção por merecimento na Polícia Militar de São Paulo não parece ser prioridade para os governantes, conforme se pode perceber nas recentes escolhas. Dos 16 novos promovidos no último período, apenas três encontram-se em funções relacionadas ao policiamento territorial, que abrange patrulhamentos ostensivos e prevenção de crimes. Os demais 13 estão em áreas como Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Diretoria de Cultura e Escola de Educação Física. Esta distribuição de recursos e oportunidades de carreira agrava ainda mais a crise enfrentada pela corporação.
A ausência de representação da tropa nas promoções mais altas gera desconforto e constrangimento, reforçando a crise da crise da PM. A decisão da administração pública de se afastar de critérios técnicos e focar em promoções que não considerem a realidade operacional da corporação gera descontentamento em toda a linha. A crise da polícia militar não é apenas uma questão interna, mas sim uma crise da segurança pública como um todo.
O descontentamento não se limita apenas à tropa. Alguns dos principais nomes da corporação também manifestaram insatisfação com a decisão da administração pública. O ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva, afirmou: ‘A sinalização é clara: o patrulhamento, essa função arriscada e que envolve a maior parte do contingente da PM para prevenção de crimes, não tem incentivo do governo. A tropa fica desmotivada e sabe que não vai ser promovida, ao contrário dos policiais em postos burocráticos ou unidades especiais. Quanto mais longe da linha de frente, mais chance de promoção.’
O cargo de capitão na PM é fundamental para o bom funcionamento do policiamento nas ruas, sendo o nível de gerência mais próximo do policial que atua na linha de frente. A ausência de representação da tropa nas promoções mais altas gera desconforto e constrangimento, reforçando a crise da corporação e desmotivando a tropa a continuar trabalhando para prevenir crimes e garantir a segurança da população.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que usou critérios técnicos nas escolhas, mas a realidade é que a promoção por merecimento não parece ser prioridade. A decisão da administração pública de se afastar de critérios técnicos e focar em promoções que não considerem a realidade operacional da corporação gera descontentamento em toda a linha. A crise da polícia militar não é apenas uma questão interna, mas sim uma crise da segurança pública como um todo.
Fonte: @ Estadão
Comentários sobre este artigo