Movimentações corporativas atuais incluem miríade de crimes, jogo de pôquer, lavagem de dinheiro do PCC, crime organizado e brechas na legislação do consumo.
O delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) e manipulador por excelência, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, um prófugo de justiça que detinha informações valiosas sobre o crime, escolheu um caminho perigoso: ‘jogou pôquer’ com os criminosos, mas errou a mão e terminou executado no Aeroporto de Guarulhos.
A morte de Antonio Vinicius é um exemplo de como o crime pode se voltar contra si mesmo, quando os criminosos se percebem ameaçados. A execução foi um golpe duro ao primeiro comando, que perdeu um dos principais delatores e manipuladores. O crime mostra que não há lugar para os delatores na organização, e que a infração pode ter consequências fatais.
Enfrentando o crime organizado no Brasil: Um jogo de estratégias
O procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Márcio Sérgio Christino, destaca o erro crasso do empresário Vinícius Gritzbach ao acreditar que podia enganar todos e confiar demais na sua estratégia de lavagem de dinheiro do PCC, desviando parte dos montantes para si mesmo e sumindo com R$100 milhões, segundo a polícia. Christino salienta que Gritzbach foi acusado de mandar matar o traficante do qual teria pegado o dinheiro, Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, ao mesmo tempo em que se envolvia com a polícia e acusava justamente os policiais que o identificaram como mandante desse homicídio.
‘Há uma diferença muito grande com a Itália, por exemplo, porque a Cosa Nostra surgiu junto com o Estado italiano. A máfia italiana já existia quando Deodoro da Fonseca estava proclamando a República. O bizavô do Marcola (do PCC) nem tinha nascido e a máfia já matava’, avalia Christino, enfatizando que o Brasil ‘tem um tratamento esquizofrênico em relação ao tráfico’.
Christino ressalta que é preciso reavaliar a forma de enfrentar o crime organizado no País e considera que o Brasil ‘tem um tratamento esquizofrênico em relação ao tráfico’. Ele defende a necessidade de reordenar a legislação do consumo e considera que, em todos os países onde se flexibilizou o uso da droga, sempre se fixou um organismo, uma loja, uma farmácia, uma empresa que vende.
‘Você permite que a pessoa tenha uma porção de droga, então tem que decidir quem poderá vender. É preciso reordenar isso’, conclui Christino.
Fonte: @ Estadão
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