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O debate sobre uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 continua a ser um assunto candente no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pela Datafolha e divulgada em 18 de janeiro, 62% dos brasileiros rejeitam uma eventual anistia aos responsáveis por esses eventos. Isso demonstra a forte rejeição popular a qualquer medida que possa levar à impunidade dos participantes desses atos.
A anistia é um tema complexo e pode ter implicações significativas na justiça e na ordem social. Embora alguns possam argumentar que a anistia pode ser uma forma de extinção de penas ou uma forma de perdão, essa abordagem pode ser vista como uma violação da lei e da justiça. Além disso, uma anistia pode também ser vista como uma forma de isenção de punição, o que pode ser visto como injusto para as vítimas e para a sociedade. Portanto, é fundamental que qualquer discussão sobre anistia seja feita com cautela e consideração pelas implicações legais e sociais.
Divisão da Opinião Pública sobre Anistia aos Golpistas no Brasil
A pesquisa realizada pelo Datafolha em 147 municípios brasileiros com 2.002 participantes maiores de 16 anos revela uma tendência de estagnação na opinião pública sobre a anistia aos golpistas que se manifestaram em 8 de janeiro de 2023. O instituto apurou que 33% dos entrevistados apoiam a anistia, enquanto 59% são contra a medida. Os 8% restantes se dividem entre indiferentes e não sabem responder.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, com um índice de confiabilidade de 95%. A pesquisa anterior do Datafolha, realizada em março, registrou que 63% eram contra a anistia, enquanto 33% apoiavam a medida. Indiferentes somavam 2%, e outros 4% não souberam responder.
A análise pelo Datafolha revela que o apoio à anistia é maior entre homens (37%), enquanto 59% do grupo são contra. As mulheres que defendem a medida somam 29%, enquanto 64% defendem uma punição aos golpistas. Os grupos que mais defendem a anistia são os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 (45%), os assalariados sem registro (38%), os empresários (37%) e os evangélicos (37%).
Por outro lado, os que mais rejeitam a extinção das penas dos golpistas são os que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 (72%), os funcionários públicos (68%), os estudantes (68%) e os desempregados (67%).
O ex-presidente Bolsonaro, emitiu um apelo pelos canais oficiais do governo, solicitando que o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitassem uma anistia aos envolvidos na revolta. Bolsonaro alegou que a medida era essencial para pacificar o país. Ele também solicitou que os ministros do STF reavaliassem a questão e considerassem a anistia.
Na Câmara dos Deputados, uma proposta de lei que busca anistiar os golpistas e beneficiar Bolsonaro enfrenta obstáculos. A tramitação, que já enfrentava dificuldades devido à controvérsia do tema, ficou ainda mais difícil após o indiciamento do ex-presidente no relatório final da Polícia Federal (PF). De autoria do líder do governo Bolsonaro na Câmara, o ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), o projeto concede a anistia a todos que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 até o dia em que a proposta entrar em vigor. O texto abrange crimes políticos e eleitorais.
A reação dos políticos ao projeto é intensa, com alguns defendendo a anistia como uma forma de pacificar o país, enquanto outros rejeitam a medida. A questão da anistia aos golpistas é um dos temas mais controversos no cenário político brasileiro.
Fonte: @ Estadão
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